
Divulgação (Foto: Instagram)
Em cidade baiana, disputa eleitoral respinga até no padre Fábio
de Melo
Por caracterizar showmício, Justiça manda suspender apresentação
de popstar da Igreja Católica em Itapetinga durante inauguração de hospital
A Justiça Eleitoral determinou a suspensão de um show do padre
Fábio de Melo que seria realizado na terça-feira (13) em Itapetinga, no
sudoeste da Bahia, para a inauguração do Hospital Municipal Virginia Hagge. Em
sua decisão, a juíza Adiane Jaqueline Neves da Silva Oliveira, da 140ª Zona
Eleitoral, alegou que a medida se baseia na lei que proíbe a contratação de
espetáculos artísticos pagos com recursos públicos nos três meses que antecedem
o primeiro turno. Embora o atual prefeito da cidade não esteja na disputa pela
reeleição, porque já renovou o mandato em 2020, Rodrigo Hagge é sobrinho do
médico veterinário Eduardo Hagge, candidato do MDB ao comando da cidade.
Barrados
no baile
"Importante pontuar que o espírito da Lei Eleitoral é evitar que a vontade
do eleitor seja manipulada,
principalmente para manter a igualdade entre os candidatos. O perigo de dano,
por sua vez, decorre da iminência da realização do evento, que pode gerar
impacto significativo no pleito eleitoral, criando situação de desigualdade
entre os candidatos", destacou a magistrada, ao caracterizar a
apresentação de Fábio de Melo como um típico showmício.
Ritmo de
festa
A lambança ganhou dimensão maior porque não se tratava apenas do show de um
popstar da Igreja Católica. Além da inauguração do hospital, 13 de agosto é o
aniversário do prefeito de Itapetinga, e Rodrigo Hagge manteve como tradição
festejar a data com um evento público pago pelos cofres do município. Este ano,
ele usou como desculpa também o fato de que 13 de agosto é também o dia em que
a Igreja celebra a memória de Santa Dulce dos Pobres, canonizada há cinco anos
pelo Papa Francisco. Para evitar problemas com a Justiça, o prefeito decidiu
ainda suspender a cerimônia de inauguração do hospital.
Acredite
se puder
Em Coaraci, cidade de pouco mais de 17 mil habitantes situada no Sul da Bahia,
o prefeito do município, Jadson Albano (PP), caiu no radar do Tribunal de
Contas do Estado (TCE) por usar verba pública para pagar uma dívida pessoal com
a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder). Em 2021, Albano
firmou convênio de R$241 mil com o órgão para pavimentação quatro ruas: Porto
Alegre, Maceió, Curitiba e Florianópolis. Ao fiscalizarem a obra, os técnicos
da Conder constataram que, embora os recursos tivessem sido integralmente
gastos, o pacote completo equivalia a pouco mais de R$174 mil. Então, exigiram
que Albano devolvesse R$ 67 mil, mais atualizações monetárias.
Boca na
botija
Para quitar a dívida, contudo, o prefeito de Coaraci não recorreu à própria
conta bancária, como seroa o correto. Em vez disso, repassou R$76 mil dos
cofres municipais para pagar o débito junto ao estado. O que é totalmente
proibido por lei. O processo que tramita no TCE ainda não foi julgado. Porém, tanto
a equipe de auditores da corte quanto a assessoria jurídica do órgão já se
manifestaram pela desaprovação das contas e aplicação de multa ao gestor. Os
pareceres também sugerem aos conselheiros do tribunal que encaminhem o processo
para o Ministério Público da Bahia (MP) para a eventual abertura de ação penal
contra Jadson Albano.
Viés de
dúvida
O comando da campanha à reeleição do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União
Brasil), está dividida sobre a participação dele nos próximos debates
televisivos do primeiro turno com os dois principais oponentes: o
vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e Kléber Rosa, candidato do Psol na
capital. Parte acha um risco repetir a estratégia do ex-prefeito ACM Neto na
corrida pelo governo baiano em 2022, parte acha que arriscado mesmo é se expor
ao bombardeio da dupla de rivais e que o melhor seria comparecer apenas a
entrevistas e sabatinas.
De boa
na lagoa
Apesar de associado à banda bolsonarista no Conselho Nacional de Justiça e
aliado ao ex-procurador-geral da República Augusto Aras, o promotor João Paulo
Schoucair, do MP da Bahia, foi reconduzido ao cargo de conselheiro do CNJ por
mais dois anos. De quebra, arrancou elogios do presidente do conselho e do
Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso: "Aqui no Conselho,
onde tem prestado bons serviços, João Paulo Schoucair atuou como presidente da
Comissão Permanente de Aperfeiçoamento da Justiça Militar e dos fóruns
nacionais do Poder Judiciário para equidade racial e monitoramento das demandas
relacionadas aos povos indígenas".