Divulgação (Foto: reprodução)
Ministério
Público recomenda retirada de estátua de Daniel Alves em Juazeiro
De acordo com o MP-BA, a legislação proíbe homenagens a pessoas
vivas feita com bem público
O Ministério Público estadual recomendou, na última terça-feira
(23), que o município de Juazeiro retire a estátua de Daniel Alves, que está
localizada na Rua Aprígio Duarte, no centro da cidade, em razão da legislação
proibir homenagem a pessoas vivas feita com bem público. A recomendação decorre
de um procedimento instaurado pela promotora de Justiça Daniela Baqueiro para
apurar denúncia recebida pelo MP no dia 25 de março deste ano.
"A administração municipal encaminhou ao MP cópia do
processo Administrativo nº 295/2019, do Pregão nº 137/2019 e os processos de
pagamento referentes à aquisição da estátua de Daniel Alves, que atestam que se
trata de bem público adquirido com recursos públicos, sendo que não é permitido
homenagear pessoa viva com bem público", explicou a promotora.
De acordo com a Lei Orgânica de Juazeiro, compete ao Município
prover sobre denominação, numeração e emplacamento de logradouros públicos,
sendo vedada a utilização de nome, sobrenome, ou cognome de pessoas vivas. Da
mesma forma, a Constituição Estadual da Bahia, em seu artigo 21, e a Lei
Federal no 6.454/1977 vedam a atribuição de nome de pessoa viva a bem público
de qualquer natureza. No documento, o MP fixou o prazo de 30 dias para o
Município justificar o cumprimento da recomendação e encaminhar a comprovação
necessária da regularização da situação.
Como já mostrado pelo Portal M!, o pedido de
retirada da estátua de Daniel Alves do Centro de Juazeiro ganhou força desde
que o ex-jogador foi acusado por estupro, na Espanha. Um dos episódios
aconteceu em 7 de setembro do ano passado, quando a estátua foi coberta com
sacos pretos e fita adesiva. Já em 28 de fevereiro deste
ano, após a condenação de Daniel, a estátua foi coberta com tinta branca.
O episódio mais recente ocorreu no Dia Internacional da Mulher,
em 8 de março, quando um grupo de cerca de 60 manifestantes protestaram ao lado
da estátua. O protesto contou com cartazes que
traziam frases como "Parem de nos matar", "Não a cultura do
estupro" e "Daniel Alves estuprador".