Divulgação (Foto: Reprodução/Banco Agro)
Falso advogado abre banco na Bahia e é acusado de golpe pelos
clientes
O prejuízo aos empresários e produtores rurais pode ter chegado
até a R$ 5,8 milhões
Um banco nomeado como “Banco Agro” com unidade em Luis Eduardo
Magalhães, no oeste da Bahia, não possui autorização do Banco Central para
atuar com serviços financeiros e está respondendo na Justiça por acusação de
possível golpe nos clientes e investidores. Segundo processos públicos, o
prejuízo causado pela empresa chega a R$ 5,8 milhões.
A empresa é de responsabilidade de Ruy Rodrigues, o qual é
acusado de estelionato, desde 2004, por aplicar golpes utilizando
documento falso em que se passava por advogado sem ter OAB. Além da Bahia,
o Banco Agro inaugurou unidades em Fortaleza e em Sorriso, no Mato Grosso. O
público-alvo era produtores rurais que receberam propostas de empréstimos
vantajosos e possibilidades de investimentos e financiamentos. De acordo com
informações do portal Uol, a empresa não possui autorização necessária do Banco
Central para atuar com os serviços financeiros. Atualmente, os sócios
respondem na Justiça por possível golpe em clientes e investidores.
As investigações que correm em sigilo podem tornar o valor
do prejuízo ainda mais elevado. Em Sorriso (MT), dois empresários entraram com
um processo pedindo R$ 1 milhão de volta. Segundo a versão deles, o valor
foi investido em contas falsas. Recentemente, em abril deste ano, um
produtor rural também alegou ser vítima do Banco Agro e abriu uma ação
cobrando a devolução de R$ 401 mil por parte da empresa.
Falso
advogado
No ano de 2009, Ruy foi preso em Salvador após tentar fugir do
10º andar de um apartamento no Rio Vermelho. Ele atuava como advogado
utilizando a carteira da OAB do pai, Ruy Rodrigues Santos. Ainda foram
feitas acusações de ter utilizado CPFs falsos e de não
pagar mensalidade escolar do filho.
Ruy já se apresentou como sócio das empresas Investe Agro, Agro
Nutri Brasil, Grupo Boi Forte, além da Jatobá Mendes Santos Advogados
Associados, escritório que pertence à esposa dele. O empresário assinou um
acordo de não persecução penal com o Ministério Público em 2022. Na ocasião,
ele confessou ter praticado ilegalmente a profissão de advogado.