Divulgação (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Ex-prefeito
de Tucano deve restituir R$ 4 mi aos cofres públicos
Auditoria do TCM-BA aponta irregularidades em pagamento à
cooperativa na área de saúde
O ex-prefeito de Tucano, Luiz Sérgio Santos, deverá restituir
aos cofres municipais, com recursos pessoais, R$4 milhões, em razão da
realização de despesas sem a devida comprovação. A decisão foi proferida na
sessão desta última terça-feira (24), após os conselheiros do Tribunal de
Contas dos Municípios da Bahia (TCM-BA) terem acatado as conclusões contidas no
relatório de auditoria realizada para verificar a regularidade dos serviços e
dos pagamentos a profissionais da área da saúde, contratados através de
cooperativa, nos exercícios de 2017 e 2018.
Além do ressarcimento, o conselheiro Fernando Vita, relator do
processo, também determinou a formulação de representação ao Ministério Público
Estadual (MPE) contra o gestor, para que seja apurado eventual crime de
improbidade administrativa. O ex-prefeito ainda foi multado em R$3 mil pela
irregularidade.
O procedimento para a contratação de cooperativa para
terceirização de mão de obra de profissionais da área da saúde foi realizado,
inicialmente, por dispensa de licitação, com a contratação da Cooperativa de
Trabalho em Assistência Social e Saúde do Estado da Bahia Ltda (Coopasaud). Em
seguida, a mesma cooperativa foi vencedora de processo licitatório, na
modalidade pregão presencial, que teve como objeto a "prestação de
serviços de gerenciamento e execução de serviços técnicos especializados ou não
especializados em diversas secretarias do município".
De acordo com o relatório, a equipe técnica do TCM constatou,
entre outras irregularidades, a existência de pagamentos efetuados aos
cooperados abaixo daqueles previstos no contrato, resultando em uma despesa de
R$4.008.788,21 sem justificativa. Isto porque o valor recebido pelos
colaboradores correspondeu a apenas 60% do que foi pago pela prefeitura de
Tucano à Coopasaud. Os 40% restantes teriam sido gastos, segundo a defesa do
gestor, com a aquisição de insumos, o que não foi comprovado durante os
trabalhos da auditoria. Por essa razão, a relatoria determinou o ressarcimento
deste valor.
Além disso, os auditores observaram que o gestor não realizou
qualquer estudo acerca do quantitativo de profissionais necessários a atender
as demandas do município para as referidas contratações. Dos serviços previstos
no termo de referência - áreas da saúde, educação e desenvolvimento social -
apenas o do lote um (saúde) foi licitado, ainda assim com grande discrepância
entre o referenciado (R$9.903.557,88) e o executado (R$5.892.431,39). Também
foi verificada a contratação de profissionais não previstos no termo de
referência, como diretor médico e neurologista, cujos pagamentos foram
efetuados em 2017, no montante de R$47.394,88.