Divulgação (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
Toffoli diz que "força do silêncio"
de Aras pode ter garantido a democracia no Brasil
Segundo o ministro do Supremo, durante o governo Bolsonaro
"estivemos bem próximos da ruptura"
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli,
afirmou nesta segunda-feira (25), que a "força do silêncio" do
procurador-geral da República, Augusto Aras, foi importante para a manutenção
do país em um estado democrático. A afirmação do ministro ocorreu durante
cerimônia do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Na ocasião,
Toffoli disse que o Brasil esteve próximo a uma ruptura democrática.
"Não fosse a responsabilidade, a paciência, a discrição e a
força de seu silêncio, Augusto Aras, talvez nós não estivéssemos aqui. Nós não
teríamos talvez democracia", declarou o magistrado, segundo o site Brasil
247.
O ministro do STF também fez uma analogia entre a liderança de
Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR) e uma parábola bíblica que aborda
a graça divina. "A graça nesse país foi ter nesses quatro anos Antônio
Augusto Brandão de Aras à frente do Ministério Público. Esse cabeça branca,
como a gente brinca, com responsabilidade. Faço essas referências porque são
coisas [que serão] contadas mais à frente da história. Porque poucas pessoas
sabem, mas estivemos bem próximos da ruptura. E na ruptura não tem Ministério
Público, não tem direitos, não tem a graça. A graça é ser amigo do rei",
afirmou.
Toffoli também ressaltou o papel desempenhado pelo Ministério
Público, instituição que, segundo ele, deve ter compromisso com direitos, e não
com "abusos, ódios, intolerância e destruição de instituições".
"É o exemplo desse Ministério Público que defende as instituições e a
democracia e que não as destrói. E não as usa como um alpinismo para outros
interesses. O Ministério Público que dá a graça do senhor da vinha igual para
todos".
Na cerimônia, Aras concedeu medalhas da Ordem Nacional do Mérito
do Ministério Público a diversas autoridades, entre elas, Toffoli, o ministro
do STF Luiz Fux e o secretário da Casa Civil do Distrito Federal, Gustavo
Rocha.
Leia também:
Augusto Aras diz adeus à PGR
amanhã; Lula ainda não escolheu sucessor
Lula deixa indicação do novo
PGR para depois da cirurgia no quadril
Em
último discurso no STF, Aras diz que sua gestão foi alvo de "falsas narrativas"