divulgação (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)
Zanin completa um mês no STF com coleção de posicionamentos
conservadores
Por um
lado, Zanin tem sido criticado por aliados do presidente Lula, mas, por outro,
conservadores e opositores do governo se dizem positivamente surpreendidos com
o ministro
O
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin completa neste
domingo um mês que passou a fazer parte da Corte. Desde então, seus votos vêm
repercutindo no meio político. Isso porque a expectativa de que seus
posicionamentos se alinhassem a pautas progressistas e do governo Lula nem
sempre foram cumpridas.
Indicado
pelo presidente Lula (PT), Zanin tem mostrado independência. Até agora, ele foi
contrário, por exemplo, à descriminalização do porte da maconha, ao marco temporal para a
demarcação de terras indígenas e ainda à equiparação de
atos contra a população LGBTQIA+ ao crime de injúria racial. Mais recentemente
ele ainda arquivou processo que
investigava omissão de Bolsonaro na compra de vacinas
contra Covid-19
Apesar
de ser querido por seus colegas ministros, no cenário político, Zanin tem sido
criticado por aliados do presidente Lula. Em compensação, conservadores e
opositores do governo se dizem positivamente surpreendidos com o ministro.
Marco
Feliciano (PL-SP), por exemplo, já agradeceu publicamente o ex-advogado de Lula
através de suas redes sociais. Ele afirmou que “a ala esquerdista do direito”
estaria incomodada com Zanin por ele “julgar com equidade e razoabilidade,
adstrito às suas convicções jurídicas”. “A família cristã conservadora
brasileira lhe agradece, ministro Zanin”, completou Feliciano.
Em entrevista à Rádio Metropole, o
jornalista Pedro Doria avaliou os posicionamentos de Zanin como conservadores e
afirmou que sua indicação foi um erro para Lula.
"Partindo-se do princípio de que uma das preocupações do presidente Lula,
como político de esquerda, é deixar um legado progressista para o Brasil, ou
seja, um processo de expansão de direitos, Zanin se torna um problema, porque
os votos dele têm sido consistentemente em par com os dois ministros
bolsonaristas da Corte e isso não era esperado”, analisou o jornalista.