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MPF pede arquivamento de ação contra silêncio de Mauro Cid em CPI
Militar se recusou até a informar a idade
O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou a favor do
arquivamento de uma representação criminal da Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas contra o ex-ajudante de ordens do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid.
A CPMI ajuizou na Justiça Federal do Distrito Federal por alegar
"abuso do direito ao silêncio" durante o depoimento de Cid aos
parlamentares.
Todavia, após o advogado de Cid alegar que as imputações contra
o cliente são descabidas e que levantam "risco de suprimir um dos Direitos
Constitucionais mais caros ao Estado Democrático de Direito", o MPF se
manifestou contra o seguimento da representação.
Na manifestação do procurador da República Caio Vaez Dias, são
consideradas as notas taquigráficas do dia do depoimento na CPI. "A partir
da leitura das notas taquigráficas da CPMI - 8 DE JANEIRO relativas à oitiva de
Mauro Cid, no dia 11 de julho de 2023, de que ele efetivamente se negou a
responder as perguntas que lhe foram dirigidas, não há que se falar na prática
do crime previsto no art. 4º, II, da Lei nº 1.579/52", diz com embasamento
de sua posição.
Mauro Cid foi ouvido na CPMI em 11 de julho, mas fez uso do
direito ao silêncio em praticamente toda a oitiva. Ele se recusou a responder
perguntas em mais de 40 ocasiões, e se calou durante mais de sete horas.
Cid está preso desde 3 de maio, quando foi deflagrada a Operação
Venire, que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação que teria
à frente o militar, e que envolveria Bolsonaro, a filha do ex-presidente e
pessoas próximas.