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Justiça manda Jean Wyllys apagar posts contra empresário bolsonarista
Na postagem, Jean disse que Fakhoury era um
"mentiroso sórdido"
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o ex-deputado
federal Jean Wyllys remova publicações contra o empresário bolsonarista e
presidente do PTB-SP, Otávio Fakhoury. As postagens foram feitas em setembro de
2021 durante os trabalhos da CPI da Covid no Senado. À época, Jean Wyllys
escreveu que Fakhoury era um "mentiroso sórdido" e espalhava fake
news.
Na decisão, em caráter liminar (provisória), o juiz substituto Valentino
Aparecido de Andrade afirmou que o conteúdo das publicações podem "causar
momentosos efeitos contra a imagem, a honra e a dignidade" de Fakhoury.
Valentino afirmou ainda em seu despacho que as publicações devem ser
"imediatamente removidas" das redes sociais pelo provedor. "Pois
que doto de efeito ativo este agravo de instrumento para, assim, determinar que
o conteúdo das publicações feitas agravado em suas redes sociais, objeto desta
demanda, sejam imediatamente removidas, requisitando-se ao respectivo provedor
que cumpra esta decisão", disse na liminar.
A decisão é do último dia 12. Até o início da tarde desta quinta-feira,
20, as postagens ainda estavam no ar.
O processo movido por Fakhoury faz referências à publicações do
ex-deputado no dia 30 de setembro de 2021, durante o andamento da CPI da Covid
no Senado Federal.
Na postagem, Jean Wyllys disse que Fakhoury era um "mentiroso
sórdido" porque, ao depor na CPI da Covid, o apoiador de Jair Bolsonaro
havia dito que nunca disseminou fake news. Fakhoury, de acordo com Jean Wyllys,
teria disseminado notícias falsas relacionadas ao atentado a faca sofrido por
Bolsonaro na campanha de 2018.
"Fakhoury foi um dos principais motores dessa trama sórdida contra
mim, espalhando e impulsionando por meio de perfis uma mentira gravíssima (fake
news) que até os dias de hoje tem impacto nocivo em minha vida", disse.
As postagens de Jean Wyllys também citam o senador Marcos do Val
(Podemos-ES) e ocorreram depois de uma discussão envolvendo o senador Fabiano
Contarato (PT-ES). Durante a sessão, o petista havia exposto um ataque
homofóbico de Fakhoury. Do Val, também aliado de Bolsonaro, saiu em defesa de
Contarato.
Jean Wyllys escreveu, à época, que estava "espantado" com a
solidariedade de Do Val. "Do Val disse ter 'vergonha de Fakhoury'.
Estranho, já que Marcos do Val estava ao lado de Fakhoury na disseminação da
fake news que me envolvia no episódio do atentado a Bolsonaro", disse.
"Ambos são peças da engrenagem bolsonarista de fabricação e
disseminação de mentiras, fake news e outras fraudes" a favor do governo
Bolsonaro. Sua 'solidariedade' é falsa."
Ao Estadão, a assessoria de Jean Wyllys afirmou que o ex-deputado não
tem conhecimento da sentença e que está cumprindo agenda na Bahia e visitando a
família. À reportagem, Fakhoury afirmou que a postura do ex-parlamentar é
"reincidente em fazer acusações falsas". A assessoria de Do Val
afirmou que o senador não irá se pronunciar.
Novo cargo
Na última quinta-feira, 13, o Planalto confirmou o nome de Jean Wyllys
na área de planejamento de comunicação, ligado diretamente ao ministro da
Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta. Ainda não há data para a
nomeação formal.
O ex-parlamentar retornou
ao País, em junho, após quatro anos fora, e afirmou estar "retomando uma
vida que foi tirada". Ele havia renunciado ao mandato por receber ameaças
de morte em 2019 Nas redes sociais, a volta de Jean Wyllys foi comemorada pela
primeira-dama Janja. "Olha ele aqui outra vez! Dia de dar um abraço
apertado no nosso Jean e dizer pessoalmente como é bom tê-lo de volta. O Brasil
é seu!", disse.