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Com dívidas de R$11 bilhões, Light entra com pedido
de recuperação judicial
A holding do grupo declarou buscar estender a proteção às suas
concessionárias, em especial à distribuidora de energia, foco de suas
principais dificuldades econômico-financeiras
Nesta sexta-feira (12), a Light, empresa privada de geração,
distribuição, comercialização e soluções de energia elétrica do Rio de Janeiro,
entrou com pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial do Estado.
Citando dívidas de cerca de R$ 11 bilhões, a holding do grupo declarou buscar
estender a proteção às suas concessionárias, em especial à distribuidora de
energia, foco de suas principais dificuldades econômico-financeiras.
Em comunidade, a companhia elétrica declarou que os desafios de
sua situação econômico-financeira se agravaram apesar de seus esforços recentes
para solucioná-los, demandando a "tomada urgente" de medidas para
preservar os seus serviços e as obrigações intrassetoriais.
No pedido feito à Justiça do Rio de Janeiro, o grupo argumenta
não ter conseguido avançar na velocidade necessária com as conversas para
renegociar obrigações financeiras junto a credores, mesmo após ter obtido uma
cautelar para suspender temporariamente a execução de dívidas e instaurar a
mediação.
A solicitação ocorre apesar da existência de lei que veda às
concessionárias de serviços públicos de energia elétrica de recorrer aos
regimes de recuperação judicial ou extrajudicial. A Light pediu ainda a
extensão dos efeitos protetivos às suas concessionárias, para impedir que os
credores dessas empresas recebam seus créditos "por caminhos transversos
que não a recuperação judicial".
De acordo com apuração do portal Uol, o grupo enfrenta um grave
desequilíbrio financeiro em sua distribuidora de energia, responsável por
atender consumidores de mais de 30 municípios do Rio de Janeiro, motivado por
fatores como dificuldades no combate a furtos de energia e a devolução de
valores bilionários em créditos tributários aos consumidores.
A
situação piorou neste ano, com a proximidade de vencimentos de algumas
obrigações financeiras e a dificuldade da companhia em rolar dívidas diante das
incertezas sobre a renovação da concessão de distribuição, que expira em meados
de 2026.