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Presos por atos golpistas
só podem receber visita com autorização de Moraes
Mais de 900 pessoas detidas em flagrante no dia dos
atos tiveram as prisões convertidas em preventivas - ou seja, por tempo
indeterminado
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou nesta sexta-feira (24), que todas as pessoas presas por
participação nos atos golpistas de 8 de janeiro só poderão receber visitas
mediante autorização sua. Moraes é relator de inquéritos que apuram os responsáveis
pela depredação das sedes dos três Poderes em Brasília.
O despacho foi enviado à Secretaria de Estado de Administração
Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), que pediu esclarecimentos após
Moraes decidir, no último dia 17, que todos os pedidos relacionados às prisões
de 8 de janeiro devem passar por ele. A dúvida surgiu porque uma portaria da
Justiça do DF estabeleceu um protocolo para permitir a visita de até três
parlamentares por vez aos presos por atos golpistas.
No novo despacho, publicado hoje, Moraes esclareceu que aquela
portaria não se aplica às prisões de 8 de janeiro e, por isso, "o ingresso
de quaisquer pessoas no estabelecimento prisional, em relação às mencionadas
prisões, deverá ser EXPRESSA e PREVIAMENTE autorizado por este Relator, vedada
a entrada sem a referida expressa autorização e revogadas quaisquer decisões do
Juízo da VEP/DF e disposições da SEAPE/DF em sentido diverso ao aqui
decidido". A exigência foi feita porque as investigações ainda tramitam na
Corte, sob sigilo.
Os
suspeitos são investigados por crimes de associação criminosa, abolição
violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, incitação ao crime,
entre outros. Mais de 900 pessoas detidas em flagrante no dia dos atos tiveram
as prisões convertidas em preventivas - ou seja, por tempo indeterminado.