divulgação (Foto: José Cruz/Agência Brasil )
Senadores
pedem impeachment de ministro do STF
O
pedido de impeachment será encaminhado à Presidência do Senado
Um grupo de senadores anunciou nesta quarta-feira (23) a apresentação
de pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís
Roberto Barroso. Apresentado pelos senadores Lasier Martins
(Podemos-RS), Eduardo Girão (Podemos-CE), Plínio Valério (PSDB-AM), Styvenson
Valentim (Podemos-RN) e Luís Carlos Heinze (PP-RS) Carlos Viana (PL-MG), o
pedido será encaminhado à Presidência do Senado.
¨Estamos entrando com um pedido de impeachment robusto embasado um trabalho
feito por alguns juristas, entre eles Roberto Lacerda e também Paulo Fernando
Melo, do ministro Luís Roberto Barroso. Nós consideramos que a regra da boa
convivência é o respeito, e não iremos aqui entrar na questão do respeito ou na
falta dele que ocorreu quando o ministro foi gentilmente convidado pela
Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle para vir a essa Casa
dialogar sobre democracia, no caso de ativismo judicial do Brasil. Ele não
apenas recusou como não deu satisfação a essa Casa revisora da República.
Também não vamos entrar na frase infeliz, que demonstrou desrespeito ao povo
brasileiro, quando um cidadão, na semana passada, em Nova Iorque, (o
questionou) e ele respondeu, de uma forma infeliz ("perdeu, mané"),
gíria usada no Brasil por alguém que subtrai algo do outro e fala isso de uma
forma grosseira para a pessoa que teve subtraído um celular, uma moto e,
talvez, os seus direitos", observou Eduardo Girão.
Segundo o site Direito
News, Girão ressaltou que o “caos" reinante no país, decorre possivelmente
do que ele chamou de "atitude do ministro com a atividade político
partidária" e ao que ele considera uma quebra da harmonia e da
independência entre os Poderes. Às vésperas da votação da PEC (Proposta de
Emenda à Constituição) relativa ao voto impresso em comissão especial da Câmara
dos Deputados, Barroso fez, segundo o senador, reunião com lideranças
partidárias. Coincidentemente, após essa reunião, "deputados que eram a
favor do voto auditável foram substituídos por deputados que eram contra o voto
auditável”, disse Girão
"No nosso modo de entender, isso é uma interferência direta de um
Poder sobre outro. Um segundo ponto, que é público e notório: o ministro Luís
Roberto Barroso não se declarou suspeito quando fez palestras sobre a
legalização do aborto no Brasil e a legalização das drogas, como a maconha.
Pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional, pelo Código de Ética da
Magistratura Nacional, pelo Código de Processo Civil e pela Constituição, ele
tinha que se declarar suspeito, pois chegou a votar na legalização da maconha,
do porte de drogas no Brasil. Como ele fez palestra como militante da causa,
defendendo isso, isso dá conflito de interesse flagrante", afirmou.
Como “terceiro e último ponto” a justificar o pedido de impeachment,
Eduardo Girão citou jantar ocorrido na semana passada com a participação de
Luís Roberto Barroso e Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Luís Inácio
Lula da Silva.
"Aquela imagem foi
muito forte para o cidadão de bem brasileiro, porque o ministro Luís Roberto
Barroso votou na anulação dos processos de ex-presidente Lula na 13ª Vara de
Curitiba, ou seja, ele ajudou a anular as condenações que permitiram que ele se
candidatasse nessas eleições. Então houve uma violação, porque ele não se
declarou suspeito e teve esse encontro privado, e isso não é de bom tom. A
gente respalda todos esses artigos que são afrontados na nossa Constituição a
partir desse encontro", concluiu.