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Caravelas:
Justiça determina medidas protetivas para vítimas de lesbofobia
A Justiça determinou em decisão liminar, nesta terça-feira, dia 11, a
pedido do Ministério Público estadual, a aplicação de medidas protetivas de
urgência em favor de duas mulheres vítimas de lesbofobia, conduta criminosa
equiparada ao crime de racismo. Moradoras da cidade de Caravelas, elas foram
ameaçadas e agredidas verbalmente por um vizinho em razão da relação
homoafetiva.
Conforme a determinação, ele deve manter uma distância mínima de 50
metros e foi proibido de manter contato com as agredidas, seus familiares e
testemunhas por qualquer meio de comunicação. As medidas têm validade de 180
dias.
Segundo o pedido do MP, realizado pelo promotor de Justiça Gustavo Pereira, o
ofensor recorrentemente tentava desqualificar a orientação sexual das vítimas,
chamando-as de "vagabundas" e "sapatonas", entre outras ofensas.
As práticas lesbofóbicas, destaca o promotor, foram realizadas apesar de já
haver ação penal em curso contra ele em razão de ameaça feita anteriormente. As
medidas foram solicitadas com o objetivo de garantir a integridade física e
psicológica do casal.
Na decisão, a juíza Cíntia Ribeiro afirmou que as ofensas e ameaças relatadas
"consistem em evidente lesbofobia, que é preconceito e violência voltada a
mulheres que manifestam preferência por se relacionar afetiva e sexualmente com
mulheres, constituindo, por isso mesmo, violência baseada em gênero e atraindo
a incidência da Lei Maria da Penha".