
divulgação (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil )
Justiça
suspende pagamento de precatórios do INSS em todo o país
O pagamento dos
precatórios federais, que estava previsto para a primeira semana de agosto,
está suspenso em todo o país
O
pagamento dos precatórios federais, que estava previsto para a primeira semana
de agosto, está suspenso em todo o país. A medida foi determinada nesta quinta
(21) pelo CJF (Conselho da Justiça Federal), que irá discutir como será feito o
pagamento dos honorários dos advogados, que temem não receber os valores em
2022 após o corte na verba dos precatórios.
Os
precatórios alimentares são, em sua maioria, de segurados do INSS
(Instituto Nacional do Seguro Social) que foram à Justiça
para obter a concessão ou revisão de benefícios como aposentadorias, auxílios e
pensões.
No início de julho, quando os tribunais federais começaram a
liberar a consulta aos precatórios, advogados descobriram que seus honorários
não estavam previstos para 2022 e o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil entrou com um pedido no CJF para questionar a metodologia, que separou
os valores devidos aos advogados das verbas que serão pagas aos aposentados.
O
presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça e do CJF, ministro
Jorge Mussi, aceitou o requerimento da OAB e determinou a suspensão do
pagamento em todo país até que o órgão decida, em reunião no dia 2 de agosto,
sobre os critérios que deverão ser considerados pelos tribunais.
A
quantidade exata dos beneficiários pagos em cada tribunal, assim como a nova
data de pagamento, serão definidas após a reunião de terça-feira (2).
Os
precatórios são dívidas judiciais do governo acima de 60 salários mínimos. A
Emenda Constitucional 114, originada da PEC (proposta de emenda à Constituição)
dos Precatórios, limitou o pagamento dessas dívidas e liberou dinheiro para o
governo gastar em ano eleitoral.
Para o
governo federal quitar todos os precatórios de 2022, o Judiciário havia
solicitado R$ 42,8 bilhões, mas recebeu R$ 32,4 bilhões –75% do previsto.
A
Justiça Federal especificamente, que paga os precatórios de segurados que
venceram processos contra o INSS, recebeu R$ 25,4 bilhões. Os R$ 7 bilhões
restantes são para outras áreas do Judiciário.
A
previsão inicial, segundo o CJF, responsável por repassar os valores aos
tribunais, era pagar R$ 14 bilhões em precatórios do INSS, atendendo a
processos que estavam na lista divulgada pela CMO (Comissão Mista de Orçamento)
em 2021. No entanto, o dinheiro liberado, de R$ 11,1 bilhões, é 80% do valor
previsto.
O corte
também atinge ações de servidores contra a União em busca horas extras e verbas
salariais não pagas. Do total previsto para 2022, estimado em R$ 10,8 bilhões,
serão desembolsados R$ 9 bilhões.
Com o corte no Orçamento, apenas 48% dos credores serão pagos no TRF-4
(Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que atende os segurados de Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de um total de 61.758 beneficiários.
No
TRF-3, devem ser pagos cerca de R$ 4,7 bilhões para 38.043 beneficiários, dos
quais 34.144 são segurados do INSS. O total destinado a eles é de R$ 4,2
bilhões. Do total previsto, R$ 3,6 bilhões devem ficar para 2023, englobando
17.481 beneficiários.