divulgação (Foto: Reprodução)
STF
torna ex-deputado Roberto Jefferson réu por incitação a crime e homofobia
Decisão foi tomada por
nove votos a dois no plenário virtual da corte
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta sexta-feira (24), por
nove votos a dois, tornar o ex-deputado Roberto Jefferson réu
sob acusação de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e
homofobia.
Após a decisão do Supremo, feita por meio da plataforma virtual da
corte, o caso foi enviado para a Justiça Federal do Distrito Federal,
onde continuará sua tramitação.
Os ministros decidiram abrir a ação contra o ex-deputado a pedido da PGR
(Procuradoria-Geral da República), devido a uma série de entrevistas nas quais
Jefferson atacou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os senadores da CPI da Covid,
o Supremo e as pessoas LGBTQIA+.
As falas com "equivocadas convicções" do ex-deputado, segundo
o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, se agravam por terem sido
amplamente divulgadas entre os seus seguidores e "disseminadas em ambiente
virtual".
O alcance das palavras de Jefferson em parte desses casos, diz Moraes,
"permaneceu gravada e disponível na plataforma do Youtube, sendo
amplamente divulgada pela mídia e de fácil acesso aos usuários do site, tudo a
potencializar eventuais medidas enérgicas de pessoas em cumprimento à incitação
promovida pelo denunciado".
Acompanharam o voto de Alexandre os ministros Gilmar Mendes, Edson
Fachin, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Ricardo
Lewandowski e Luiz Fux.
Discordaram de Moraes apenas os ministros Kassio Nunes Marques e André
Mendonça. Ambos foram indicados ao Supremo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL),
aliado de Jefferson.
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Nunes Marques argumentou que a denúncia deveria ter sido analisada pela
Justiça Federal do DF, e não pelo Supremo. Mendonça entendeu da mesma forma.
Em janeiro, Moraes determinou que Roberto Jefferson fosse transferido a
prisão domiciliar por determinação, com obrigação do uso de tornozeleira
eletrônica e proibição de qualquer comunicação exterior, inclusive nas redes
sociais.
Além disso, tem que pedir autorização judicial para conceder entrevistas
ou para receber visitas de pessoas que não são da sua família.
O político havia sido preso preventivamente em agosto do ano passado por
ordem de Moraes, que atendeu a um pedido da Polícia Federal.
Foi também determinado o cumprimento de busca e apreensão em endereços ligados
a ele.