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OAB-BA discute
'Resolução da Mordaça' nos Juizados Especiais em audiência
A
Comissão de Juizados da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB-BA) realizará no dia 18 de maio, às 14h, uma audiência pública para
debater os impactos da Resolução 02/2021 do Tribunal de Justiça da Bahia
(TJ-BA). A resolução é conhecida como “Resolução da Mordaça”, por impor
restrições a sustentações orais nas sessões de julgamento nas Turmas Recursais
dos Juizados Especiais.
O evento acontecerá na sede da Seccional e terá transmissão pelo
canal da instituição no Youtube. Segundo a comissão, na prática, o texto significa
que as advogadas e advogados estão sendo impedidos de falar nas sessões de
julgamento onde defendem os interesses dos seus clientes em processos
judiciais.
Além de violar uma prerrogativa da classe, a resolução é
inconstitucional, compromete o direito à ampla defesa, contraditório e traz com
isso uma série de prejuízos à população que recorre aos serviços da advocacia.
Serão convidados para a audiência representantes do TJ-BA, da Coordenadoria dos
Juizados Especiais, do Ministério Público, Procon, Defensoria Pública e
Conselho Nacional de Justiça.
O presidente da Comissão de Juizados Especiais, Rod Maicson
Macedo, frisa que este é um assunto de suma importância e que a norma em
questão tem sido o principal motivo de reclamação da classe que atua nos
Juizados Especiais. "Os advogados estão tendo seu direito de sustentar
suprimido, sendo surpreendidos com julgamentos através de decisões monocráticas
sem a fundamentação necessária e o pior! Sem poder fazer o uso da
palavra", alertou.
A OAB da Bahia, desde o fim do ano passado, vem dando atenção
especial a essa pauta. A presidenta da Seccional, Daniela Borges, chegou a
tratar pessoalmente do assunto com o coordenador dos Juizados Especiais, o
Desembargador Paulo Alberto Nunes Chenaud. Em março, a Comissão se reuniu com
representantes das Turmas Recursais e pediu soluções urgentes para o problema.
No entanto, os resultados esperados não foram alcançados. Com
isso, na sessão do Conselho Pleno do mês de abril, a Comissão apresentou um
estudo a respeito da incompatibilidade da Resolução 02/2021 com o ordenamento
jurídico.
Na ocasião, a Seccional propôs reunir casos concretos de
impedimento da sustentação oral para a Procuradoria da OAB da Bahia tomar as
medidas cabíveis, além de empreender uma estratégia coletiva na realização dos
recursos extraordinários, para gerar demandas repetitivas, repercutindo a
magnitude do problema ao STF, sem prejuízo de tratar a questão também no âmbito
do CNJ, visando a instauração de um Procedimento de Controle Administrativo
(PCA).