divulgação (Foto: Reprodução / Soteropoli)
MP-BA abrirá
procedimento para apurar possíveis danos ambientais de obra no Abaeté
O Ministério Público
da Bahia (MP-BA) está instruindo um procedimento preparatório que apura possíveis
danos ambientais provocados pelas obras que a prefeitura de Salvador está
realizando nas imediações das Dunas de Itapuã, próximo à Lagoa do Abaeté. A
gestão municipal anunciou, no último dia 10 de fevereiro, um projeto de
urbanização do local, que envolveria a construção de um prédio com
estacionamento e um auditório para 50 pessoas.
Desde o anúncio feito pelo prefeito Bruno Reis (UB),
o projeto enfrenta críticas de ambientalistas, que apontam ilegalidade na
construção de qualquer tipo de coisa no local, que é registrada como Área de
Proteção Ambiental (APA). Alguns grupos prometeram, inclusive, acionar o MP-BA
contra as obras (relembre aqui).
Na última quinta-feira (10), a 4ª
Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e Urbanismo da Capital realizou uma
vistoria técnica no local das obras, de forma conjunta com o Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), e disse estar preparando laudos periciais
sobre a intervenção. Procurado pelo Bahia Notícias, o MP-BA afirmou que só se
manifestará quando tiver os documentos da perícia em mãos.
De acordo com a Secretaria Municipal
de Infraestrutura (Seinfra), o MP-BA ainda não fez quaisquer recomendações
sobre a obra. Em nota encaminhada ao BN, a pasta alega que “a finalidade da
urbanização é justamente a preservação do meio ambiente”.
“A requalificação prevê uma urbanização da área, com
instalação de toda a infraestrutura necessária para dar suporte aos
frequentadores do lugar, proporcionando mais qualidade, conforto e segurança”,
defendeu a Seinfra.
Além de toda a polêmica ambiental, o
projeto também causa polêmica no âmbito religioso. Inicialmente, a ideia era
homenagear as comunidades evangélicas e neopentecostais de Salvador, nomeando o
empreendimento como “Monte Santo Deus Proverá”. A iniciativa gerou protestos de
candomblecistas, porque a região é historicamente frequentada por integrantes
de religiões de matrizes africanas.
Devido à confusão, Bruno
Reis afirmou que “jamais mudaria o nome de um local tradicional e sagrado
para todos os baianos”. O vereador Isnard Araújo (PL) voltou atrás e retirou o
projeto de lei que instituiria o nome em homenagem aos evangélicos (reveja aqui).