divulgação (Foto: Reprodução / Instagram / Felipe Iruatã)
MP-BA vai
instaurar processo para apurar operação da PM na Gamboa
O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA)
informou, nesta quarta-feira (2), que vai instaurar um procedimento de notícia
de fato para apurar as investigações sobre a operação da Polícia Militar que
resultou na morte de três pessoas na Comunidade do Solar do Unhão, na Gamboa. O
parquet disse que, após isso, o processo vai ser distribuído para um promotor
de Justiça.
Foram mortos durante a ação os
jovens Patrick Sapucaia, Alexandre Santos e Cleberson Guimarães. Dois deles,
Patrick e Cleberson, chegaram a ser socorridos para o Hospital Geral do Estado
(HGE), mas não resistiram aos ferimentos.
De acordo com os moradores da
comunidade, os policiais chegaram atirando no local e jogando gás lacrimogêneo.
Em protesto, na manhã desta terça-feira (1), os dois sentidos da Avenida
Contorno foi fechado por manifestantes (relembre aqui).
A versão é negada pela PM. A
corporação alega que foi recebida a tiros quando uma guarnição fazia
diligências na região da Gamboa. Os policiais afirmam ter revidado aos disparos
feitos por um grupo.
Após a troca de tiros, de acordo
com os policiais, os três homens foram encontrados caídos. Em posse deles
estariam armas de fogo e drogas (veja aqui).
Os outros suspeitos teriam conseguido fugir. A ocorrência foi registrada na
Corregedoria Geral.
Também nesta quarta, a Ordem dos
Advogados do Brasil Seção Bahia (OAB-BA) disse estar acompanhando o caso e irá
cobrar da corregegoria e da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) uma
"investigação transparente e minuciosa do ocorrido, com o afastamento dos
policiais envolvidos na ocorrência e outras medidas de proteção às
testemunhas" (leia mais aqui).
"A OAB-BA cobrará ainda
urgência na instalação de câmeras em viaturas e fardas da PM-BA, prometida pelo
governo do Estado desde o ano passado, que no mundo inteiro vem garantindo mais
transparência às ações policiais, reduzindo sua letalidade e garantindo mais
proteção aos próprios agentes e aos outros cidadãos. As cobranças serão feitas
através da Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo advogado Eduardo
Rodrigues", disse o órgão em uma nota enviada ao Bahia Notícias.
Ainda ontem, o
Conselho Estadual de Proteção aos Direitos Humanos da Bahia (CEPDH-BA) e a
Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia
(SJDHDS) emitiram um posicionamento sobre o assunto, afirmando que já
integrantes do órgão realizaram reuniões com membros da comunidade do Solar do
Unhão e seguirão dialogando com as corregedorias da Polícia Militar e da SSP-BA
para determinar o desenrolar dos acontecimentos (veja mais aqui).