divulgação (Foto: Divulgação Faculdade 2 de Julho)
Longe de acordo, professores da Faculdade 2 de Julho procuram MP-BA após
oito meses sem pagamentos
Greve deve ser ainda mais estendida com possível mudança de gestão, o
que modifica proposta anterior da fundação
Entrando no
oitavo mês com salários atrasados, os professores da Faculdade 2 de Julho, em greve
há quase três meses, indicaram que irão apresentar uma
denúncia ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) ainda nesta terça-feira (1º),
pedindo intervenção na Fundação 2 de Julho. Gestora da instituição, a fundação
ainda não
cumpriu o acordo
apresentado aos docentes no fim de novembro do ano passado.
"Juntamos
todas as provas e iremos apresentar a denúncia, porque se trata de uma fundação
e o MP-BA é obrigado a zelar pelas fundações. Nós, agora, como não houve
acordos na esfera trabalhista, estamos demandando que o MP acompanhe os
desdobramentos, porque a fundação corre o risco de fechar as atividades.
Queremos que o MP peça as contas, verifique, participe com a gente",
explicou o professor dos cursos de Direito e Administração, Efson Lima.
Em
relação às negociações entre a fundação e os docentes da F2J, Alysson Mustafá,
o diretor do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (Sinpro-BA), apontou
que "um fato novo" gerou a necessidade da readequação da primeira
proposta de acordo, o que deve atrasar mais ainda a possibilidade de um
desfecho e o fim da greve dos professores.
"Apareceu
um fator novo nesse processo, então estão propondo uma nova
redação do acordo. Ainda estamos na fase de envio de uma contraproposta [à
fundação], para depois apresentá-la para a categoria. Não há
uma solução imeditada, estamos tentando construir, mas com a mudança
do lado deles, isso terminou retardando. A nova proposta de acordo é pior para
os professores, estamos tentando melhorar', disse Mustafá. "É bem
vexatória a situação e infelizmente não conseguimos ainda vislumbrar uma
saída", completou.
O Metro1 apurou que
a novidade se refere à possibilidade de uma nova gestão para a Faculdade 2 de
Julho. A atual administração, hoje tendo como frente o vice-presidente da
fundação, Jaime Davi, está buscando fazer um acordo externo com alguma empresa
como alternativa para tentar manter viva a instituição, ameaçada de
encerramento definitivo das suas atividades. No início de dezembro de 2021, o
antigo diretor geral da fundação, Marcos Baruch, já não havia resistido à
pressão dos docentes e renunciado ao cargo.
A reportagem tentou entrar em contato com Jaime Davi, mas não
obteve sucesso.