divulgação (Foto: Reprodução)
Contestação
do MP à licitação do Palácio Rio Branco não é técnica, diz PGE
A procuradora geral adjunta para assuntos jurídicos, Bárbara Carmadelli,
da PGE, diz que o MP não apresentou estudos alternativos para contestar a
licitação
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) tem contestado os argumentos do
Ministério Público da Bahia para suspender a licitação do Palácio Rio Branco,
primeira sede de governo do Brasil. Nesta sexta-feira (21), a Justiça negou o pedido do MP
de suspensão. O órgão, no entanto, vai recorrer da
decisão, afirmando que há indícios de
irregularidades na licitação, que visa transformar o prédio em um hotel
administrado pela iniciativa privada.
Em contato com o Metro1, a procuradora geral adjunta para
assuntos jurídicos, Bárbara Carmadelli, da PGE, disse que os argumentos do MP
não são técnicos. "Nós temos aqui na Bahia um dos melhores ministérios
públicos do Brasil. Mas, nesse caso específico, as contestações não atingiram o
nível técnico que precisava. Isso porque os estudos técnicos não são jurídicos,
mas sim de outras áreas, como a matemática-finaceira de viabilidade".
O MP contesta, por exemplo, o período de duração do contrato de
concessão (35 anos) e o valor de repasse empresa privada ao ente público (cerca
de R$ 25 mil por ano). O valor global do contrato é de R$ 26 milhões.
"O tempo de contrato e o valor anual fazem parte dos estudos de
viabilidade matemático-financeira. O MP não apresentou nenhum estudo nesse
sentido. Apenas está contestando, baseado em dúvidas surgidas. Se tivessem
apresentado um estudo alternativo que questionasse esses quesitos, aí sim,
teríamos uma contestação técnica", diz Bárbara Camardelli.
A procuradora também contesta o argumento do MP sobre a área anexa ao
prédio, que será construído no terreno atrás ao Palácio, com o intuito de
ampliar o número de quartos disponíveis no hotel. "O Palácio é tombado
pelo Iphan. Isso protege que seu projeto original não seja descaracterizado. Há
essa preocupação na licitação", aponta.
Camardelli também diz que o governo não tem dinheiro para uma grande reforma no
espaço, sobretudo neste momento que as grandes enchentes atingiram diversos
municípios do estado. "O governo agora precisa construir estadas,
recuperar essas cidades. Se a iniciativa privada não investir no Palácio Rio
Branco e daqui a 20 anos ele cair, de quem será a responsabilidade? A concessão
vem no intuito de preservar o espaço. Esse é o intuito", afirma.
A BM Varejo Empreendimentos Spe
S.a. foi a única empresa interessada na licitação. O valor
referencial da licitação é de R$ 26,5 milhões; sendo R$ 25.5 milhões referentes
à concessão do Palácio Rio Branco e de R$ 988 mil para o terreno localizado na
área anexa.