divulgação (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)
STF pressiona sobre investigações relacionadas a Bolsonaro
Apurações preliminares, muito
utilizadas pelo procurador-geral da República Augusto Aras, têm sido criticadas
pelos ministros do STF
Ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) têm criticado cada vez mais a falta de supervisão do
procurador-geral da República, Augusto Aras, em relação à apuração de suspeitas
de irregularidades atribuídas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e a pessoas de
seu governo.
Em 2021, Aras lançou mão das investigações preliminares como
álibi para mostrar que não é omisso nessas investigações. No total, de janeiro
a novembro, a Procuradoria-Geral da República somou 412 representações
criminais, mais de um caso por dia. Bolsonaro foi alvo em 25.
Agora em 2022, os ministros do STF devem aumentar a vigilância
em relação a esses processos. Em outubro, por exemplo, a ministra Cármen Lúcia
deu início a um movimento para limitar os poderes da PGR nessas investigações,
afirmando que nenhuma autoridade está "fora de qualquer supervisão ou
controle".
Ela solicitou a Aras que detalhasse ao STF quais medidas seriam
tomadas em relação aos pedidos de investigação contra Bolsonaro após as falas
antidemocráticas no 7 de Setembro.
Normalmente, quando manifestações são enviadas ao STF pedindo
investigação de membros do Executivo nacional, Aras afirma que abriu apurações
internas e que pedirá abertura de inquérito policial se constatado algum crime
ou a existência de lastro probatório mínimo. Dos 25 procedimentos abertos em
relação a Bolsonaro, contudo, apenas em um houve solicitação de abertura de
inquérito.
Quando a abertura de inquérito aconteceu, houve pressão da
ministra Rosa Weber, relatora da investigação sobre a suspeita de prevaricação
de Bolsonaro no caso da compra da vacina indiana Covaxin.