divulgação (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Boate Kiss: Caso começa a ser julgado na tarde desta quarta-feira
A inquirição de testemunhas será feita juiz Orlando Faccini Neto
O julgamento de quatro réus denunciados à Justiça no caso do
incêndio da boate Kiss, pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul
(MP-RS), começa a ser julgado no Foro Central I de Porto Alegre, nesta
quarta-feira (1º). Ocorrida em janeiro de 2013, a tragédia deixou 242 mortos e
636 feridos.
Todos os acusados respondem por homicídio simples, com dolo eventual
(quando o sujeito sabe que pode causar a morte e assume esse risco, indiferente
ao que possa vir a ocorrer), e tentativa de homicídio. Estima-se que este será
o mais longo julgamento da história do estado e um dos mais extensos ocorridos
até hoje no Brasil, se estendendo por 15 dias.
Após quase nove anos da tragédia e do indiciamento de 28 pessoas ao
longo da investigação, o criminalista Fabiano Clementel esclareceu que a demora
do julgamento pode ser explicada por alguns aspectos importantes, como a
complexidade da investigação, o tamanho da tragédia que envolveu quase mil
vítimas diretas, além do fator absolutamente natural para quem vivencia isso no
direito que é o sistema recursal.
O Tribunal do Júri vai decidir agora o destino de dois sócios da casa
noturna, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann; do músico Marcelo
de Jesus dos Santos e do produtor cultural Luciano Bonilha Leão, ambos
integrantes da banda Gurizada Fandangueira.
Relembre o caso
O grupo Gurizada Fandangueira se apresentava na festa Agromerados,
organizada por formandos de vários cursos da Universidade Federal de Santa
Maria (UFSM), quando um de seus integrantes disparou um artefato pirotécnico,
atingindo parte do teto da boate Kiss, que pegou fogo.