divulgação (Foto: Agência Brasil)
Ex-PM que assassinou a juíza Patrícia Acioli recebe nova condenação
O ex-policial militar Sammy dos Santos Quintanilha foi condenado a 30
anos de prisão e a 4 de reclusão, em regime inicialmente fechado, além de
multa, pelos crimes de fraude processual e homicídio, agravados por motivo
torpe e emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima. Ele é um dos
condenados pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli, ocorrido em agosto de 2011.
O caso julgado na quarta-feira (17) foi o da morte do jovem Diego da
Conceição Beliene, de 18 anos, que tinha deficiência mental, ocorrido em 2010.
Na sentença, a juíza presidente do I Tribunal do Júri, Tula Corrêa de Mello,
apontou que o homicídio ocorreu por “justiçamento”, praticado no exercício da
função do policial militar.
“Ao contrário, se valeu da farda e armas do Estado para se unir ao grupo
de ações táticas, grupo organizado criminalmente para praticar atos de
execução, extorsão, extermínio e satisfação de interesses pessoais e vantagens.
Policiais militares que se desviam das funções da honrada corporação -
destinada a proteger, servir, salvaguardar a segurança – para se valer de
atividades espúrias e nefastas, como as do presente feito, maculam toda a
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro”.
Outro acusado no processo, Jovanis Falcão Junior, também
condenado pelo homicídio de Acioli, foi absolvido pelo I Tribunal do Júri. Até
o momento da sessão plenária, os policiais acusavam o jovem assassinado de ser
traficante e de estar armado.
De acordo com a sentença, o desdobramento da morte do jovem teria sido o
estopim para a execução de Patrícia Acioli, crime que ocorreu horas após a
decretação de prisão preventiva dos acusados pelo homicídio de Diego. A juíza
Tula destacou que as atividades de “criminosos infiltrados na segurança pública
do Estado não são estranhas aos presentes autos”, com os policiais tentando “se
sobrepor à força da Justiça”.
“Prepararam uma emboscada e executaram com 21 tiros a juíza Patrícia
Acioli na equivocada crença de que o Poder Judiciário recuaria da tutela dos
direitos humanos que a magistrada promoveu até sua última decisão – a da prisão
preventiva de todos os acusados neste feito. Ignorava, contudo, que não
faltarão no Estado do Rio de Janeiro juízas que não se acovardam, honram sua
toga e seguirão dignificando a atividade jurisdicional em decisões firmes
prolatadas não apenas em nome da juíza Patrícia Acioli, mas, principalmente, em
nome da Justiça”.
A juíza negou o direito do condenado recorrer em liberdade.