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AB-BA Oquer
reserva de vagas em tribunais de contas para a advocacia
A Ordem
dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA) quer uma reserva de vagas para a
advocacia nos Tribunais de Contas. A proposta foi debatida na sessão plenária
desta sexta-feira (5). O conselheiro Luis Vinicius liberou o voto vista, feito
na última sessão do órgão.
Atualmente, os
Tribunais de Contas dos Municípios (TCM) e do Estado (TCE) são
formados por sete conselheiros cada, sendo três de escolha do governador
- observando que uma é destinada ao Ministério Público de Contas, uma para
auditores de contas, e outra de livre nomeação. A Assembleia Legislativa indica
quatro conselheiros por livre nomeação. Os nomes são sabatinados na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da AL-BA.
O
pedido foi feito diante da não reserva de vagas ou critérios definidos
para a advocacia nos tribunais de contas. O conselheiro Luis Vinicius pontua
que os órgão são uma espécie de "ornitorrinco" dentro da
Constituição Brasileira, por serem concebidos por origens diferentes. “Apesar
de ter nome de tribunal, os tribunais de contas são órgãos auxiliares do Poder
Legislativo para fazer controle de contas do Executivo e do próprio
Legislativo. Ele é apenas um órgão auxiliar do Poder Legislativo”, explica o
conselheiro.
Luis
Vinicius observa que, mesmo sendo um órgão auxiliar, seus membros detêm
prerrogativas similares às da magistratura, como vitaliciedade. “Isso foi
uma escolha do constituinte”, pontua o conselheiro. Ele admite o receio da OAB
abrir uma discussão sobre a modificação da composição dos tribunais de contas e
acabar abrindo uma “caixa de pandora incontrolável” no atual momento político
do país.
O
membro do Conselho Seccional da OAB lembra que já há uma discussão no
Congresso, a pedido de auditores, para equiparação do órgão aos tribunais
formados por juízes togados, com promoção aos cargos de conselheiros pelos
critérios de merecimento e antiguidade. “É um tema que existem proposições que
podem gerar debates pela quantidade de interesses envolvidos, que podem
atrapalhar o andamento de qualquer proposta”, sinaliza. Entretanto, ele
salienta que há outros órgãos com natureza similar aos tribunais de contas,
como o Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), que têm vagas
destinadas à advocacia, e os tribunais desportivos.
Seu
voto foi no sentido de não apresentar uma proposta para criação de uma vaga
destinada à advocacia pelo quinto constitucional, mas sim para propor mudanças
legislativas de forma a tornar uma das vagas de livre nomeação da Assembleia
Legislativa para ser provida através de uma lista tríplice oriunda da
advocacia, escolhida pela OAB. Com este mecanismo, não haveria mudança na
composição das vagas, mas sim, haveria a criação de mais um critério de
escolha, sem ferir a autonomia do Poder Legislativo.
O
presidente da OAB-BA, Fabrício Castro, apresentou como sugestão a entidade
defender a bandeira de destinação de uma das vagas para a advocacia. “Nós
defendemos bandeiras, valores. Nós não somos legisladores. Desse jeito, caberá
ao Legislativo decidir se o provimento da vaga estará previsto em lei por
emendas ou outros tipos de propostas. Desta forma, essa pretensão vai ser
debatida no processo legislativo, pois poderão existir caminhos diferentes para
se chegar ao mesmo objetivo”, pontua.
A
proposição seria uma analogia à formação da composição do 2º Grau de Justiça no
país, que reserva vagas para juízes de carreira, membros do Ministério Público
e da advocacia pelo quinto constitucional, quando um quinto das vagas são
destinadas para esses dois últimos órgãos. Teóricos indicam que esse tipo de
formação “areja” e “oxigena” as ideias e teses debatidas nos tribunais. A
proposta de Fabrício Castro foi aprovada por unanimidade no Conselho Seccional
da Ordem, e será encaminhada para o Conselho Federal da OAB e para o Estado da
Bahia para que analisem a viabilidade da inclusão da advocacia na composição
dos tribunais de contas. Recentemente, a questão voltou a ser discutida após a
indicação de Nelson Pelegrino para composição do órgão (veja aqui).