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MPF denuncia ex-secretário adjunto de Natal por compra de respiradores
O Ministério
Público Federal (MPF) denunciou o ex-secretário adjunto de Saúde de Natal,
Vinícius Capuxu de Medeiros, por crimes na compra irregular de 20 respiradores
pulmonares. Os respiradores foram comprados para atender pacientes de covid-19
na cidade. O MPF também apresentou denúncia contra o empresário Wender de Sá.
Segundo o
Ministério Público, eles cometeram os crimes de peculato qualificado, dispensa
ilegal de licitação e fraude à execução de contrato administrativo. Segundo o
MPF, eles direcionaram ilegalmente a compra de respiradores junto à empresa
Spectrum Equipamentos Hospitalares por R$ 2,1 milhões.
“Os equipamentos,
contudo, se mostraram praticamente inservíveis, tendo mais tempo de fabricação
e de uso do que a vida útil (prevista para 10 anos). Alguns nunca funcionaram,
muitos apresentavam características suspeitas de serem clandestinos ou fruto de
falsificação e, mesmo assim, os preços pagos pela Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) estavam muito acima dos praticados no mercado”, afirmou o MPF.
Os respiradores
eram considerados imprestáveis, antigos. Além disso, dos 20 equipamentos, seis
tinham número de série adulterados, indicando serem itens roubados ou furtados.
Capuxu chegou a ser alertado por uma das fabricantes que os ventiladores
pulmonares entregues pela Spectrum continha etiqueta não original, entre outras
irregularidades. Mesmo assim, ele autorizou o pagamento e não providenciou a
apuração do alerta da fabricante.
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respiradores doados a estados na pandemia
Além de não
servirem aos pacientes de covid-19, os respiradores foram comprados pela
prefeitura de Natal com sobrepreço. Anteriormente, própria Spectrum havia
vendido aparelhos semelhantes por preços que variavam entre R$ 28 mil e R$ 60
mil. Mas à Secretaria de Saúde de Natal, cada equipamento foi vendido por R$
108 mil.
O MPF aponta que a
Spectrum já havia sido escolhida pelo então secretário adjunto antes mesmo de
instaurado o procedimento de dispensa de licitação. A proposta da empresa é de
11 de maio de 2020, enquanto a dispensa foi autorizada somente três dias depois,
pelo próprio Capuxu. A assessoria jurídica da Secretaria recomendou a
complementação na estimativa de preços, mas isso não ocorreu. Também não houve
apresentação da especificação técnica dos respiradores e isso impediu a
participação de outras empresas.
O Ministério
Público pediu o sequestro de bens dos denunciados para ressarcir os cofres do
município, mas foram localizados menos de R$ 6 mil nas contas dos envolvidos.
Um pedido complementar requer a indisponibilização de veículos e imóveis para
chegar o valor necessário.