Divulgação (Foto: reprodução)
STF retoma julgamento que pode ampliar foro privilegiado nesta
sexta-feira
O julgamento atinge deputados federais e senadores que respondem
a processos na Corte
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta sexta-feira
(20) o julgamento virtual que pode estender o foro por prerrogativa
de função, nome técnico do foro privilegiado para parlamentares e ministros de
Estado. A análise foi suspensa em abril por um pedido de vista do ministro
André Mendonça.
Até o momento, o STF tem maioria de seis votos pela ampliação do
foro e um contrário. O voto do ministro Gilmar Mendes prevalece no
julgamento, que atinge deputados federais e senadores que respondem a
processos na Corte.
Conforme o entendimento, o foro privilegiado de um político
permanece no Supremo se o crime for cometido durante o exercício da função de
parlamentar. Essa é a regra válida atualmente. No entanto, no caso de
renúncia, não reeleição ou cassação, o processo será mantido na Corte.
Além de Mendes, já votaram no mesmo sentido os ministros Dias
Toffoli, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto
Barroso. Restam os votos de quatro ministros.
Mendonça abriu divergência e votou contra a ampliação do foro.
Para o ministro, a prerrogativa de ser julgado pela Corte termina com o
fim do mandato, e o caso deve ser enviado à primeira instância.
“O alargamento do foro por prerrogativa de função para período
posterior ao fim do exercício do cargo ou função do agente político contraria a
jurisprudência. Cessado o exercício do cargo ou função, cessa também o foro por
prerrogativa de função do respectivo agente político”, explicou.
No momento, a Corte julga um habeas corpus protocolado pela
defesa do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). O parlamentar é acusado de
“rachadinha”, uma vez que é investigado por ter cobrado parte do salário dos
funcionários de seu escritório em 2013, quando ainda era deputado federal.
Ao longo do tempo, o político foi eleito vice-governador do Pará
e senador, e o processo foi transferido entre as instâncias da Justiça. Outro
recurso, da ex-senadora Rose de Freitas, também está sendo julgado.
O julgamento virtual será concluído na próxima sexta-feira (27).
Na sessão virtual, os ministros depositam os votos no sistema eletrônico e não
há deliberação presencial.