Divulgação (Foto: reprodução)
Justiça ordena remoção da paródia de "Cálice" que
ataca Alexandre de Moraes
A pena imposta caso o apresentador Tiago Pavinatto descumpra a
medida é uma multa de R$ 40 mil
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro
determinou a remoção de uma paródia da música "Cálice" (1978) que
fazia ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes. A decisão saiu após um processo aberto pelos cantores Chico Buarque e
Gilberto Gil contra o apresentador Tiago Pavinatto, ex-Jovem Pan.
A versão do apresentador trazia
versos como "Vai, imprensa rechaça o ministro Moraes / Senado 'impeacha' o
ministro Moraes / Justiça condena o ministro Moraes / Juiz não é chefe de
gangue".
A juíza Admara Falante
Schneider acolheu os argumentos da ação judicial, onde os artistas alegam que a
modificação do clássico ocorreu sem autorização prévia e com a finalidade única
de atacar o magistrado, maculando instituições democráticas e violando o
direito imaterial da propriedade.
A decisão também ordena que a
empresa Meta, dona do Instagram, remova a publicação da página de Pavinatto em
até 24 horas, e que o apresentador se abstenha de reproduzir a paródia. Se a
medida for descumprida, a multa será estabelecida no valor de R$ 40 mil.
"Os
direitos autorais possuem certas limitações em que a obra pode ser utilizada
sem autorização do autor, apenas para fins didáticos e sem fins lucrativos, o
que, definitivamente, não se coaduna ao caso em questão", afirmou a juíza.
Ainda no processo, Chico Buarque e Gilberto Gil repudiaram a tentativa de usar
"Cálice" para equiparar a censura da Ditadura Militar (1964-1985) à
resposta institucional do ministro dada às pessoas envolvidas nos atos
golpistas de 8 de janeiro. "É absolutamente despropositada", afirmam.