Divulgação (Foto: Reprodução/Record Tv)
Justiça de SP dá cinco dias para Pablo Marçal explicar uso das
suas redes sociais em campanha eleitoral
A determinação faz parte de uma ação protocolada pela Bancada
Feminista, mandato coletivo do PSOL na Câmara de SP
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
(TRE-SP) determinou que Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo,
tem cinco dias para explicar o uso de suas redes sociais durante o período
eleitoral.
A determinação faz parte de uma ação protocolada pela Bancada
Feminista, mandato coletivo do PSOL na Câmara de SP, que pede a
investigação do ex-coach por abuso de poder econômico e uso indevido das redes
sociais.
Além disso, a ação requeria, de forma liminar, a suspensão da
candidatura de Marçal. No entanto, o juiz eleitoral, Antonio Maria Patiño
Zorz, negou o pedido por ainda não existir condenação “pelos fatos descritos”
contra o candidato. “Esses elementos iniciais trazidos pela parte interessada
serão submetidos ao contraditório para aferir a caracterização do abuso”,
informa a determinação.
A Bancada cita uma reportagem do Intercept Brasil que revelou
que um anúncio do Google que direciona o usuário para o site da campanha de
Marçal foi pago pela maquiadora da mulher do influenciador. “O anúncio é crime
eleitoral: a lei brasileira proíbe que terceiros paguem por publicidade
eleitoral em nome de um candidato. Também é irregular porque o Google, em tese,
proíbe anúncios políticos desde abril deste ano”, conforme a denúncia.
"A big tech permitiu impulsionar — isto é, pagar para que a
postagem seja vista por mais pessoas — o anúncio, o que privilegia Marçal
frente a todos os outros candidatos nas plataformas do Google".
Com aposta em vídeos curtos que prendem a atenção e que
rapidamente viralizam nas redes, Marçal é o candidato com maior
popularidade digital entre os concorrentes à prefeitura. Para isso, ele conta
com um exército de seguidores que fazem os cortes para ele.
"Nossa ação judicial foi para alertar as instituições de
que o abuso de poder econômico pode estar em curso neste exato momento. Ou
seja, a democracia pode estar sendo atropelada por esquemas financeiros e a
resposta precisa ser rápida", afirma a co-vereadora do PSol, Silvia
Ferraro.
Em agosto, a Justiça Eleitoral suspendeu seus perfis nas
redes sociais por considerar que há indícios de que o candidato cometeu
abuso de poder econômico ao remunerar seus seguidores. A determinação foi feita
em uma ação, protocolada pelo PSB, partido da também candidata Tabata Amaral.