Divulgação (Foto: reprodução)
Justiça Eleitoral decide punir uso de inteligência artificial na
pré-campanha das eleições municipais
Juízes de ao menos quatro tribunais regionais já aplicaram
multas ou determinaram remoção de conteúdos, a maioria por casos envolvendo
deepfakes
A Justiça começou a punir o uso irregular de inteligência
artificial (IA) na pré-campanha das eleições municipais, em decisões que
servem para traçar um limite do que poderá ser feito na disputa eleitoral.
Juízes de ao menos quatro tribunais regionais eleitorais já
aplicaram multas ou determinaram a remoção de conteúdos, a maioria dos casos
por uso de deepfakes, quando imagens ou áudios são manipulados para inventar
declarações ou situações.
De acordo com o jornal O Globo, as decisões seguem o
entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aprovou regras para o
uso da IA — a resolução afirma que a utilização deve ser identificada e proíbe
qualquer uso de deepfake. O tema é uma das prioridades da gestão da presidente
da Corte, Cármen Lúcia. Mas ainda há divergências sobre a forma de lidar com
esses conteúdos.
Em Guarulhos, o prefeito
Guti (PSD) foi multado em R$ 5 mil pelo TRE-SP, por ter publicado um vídeo que
contou com IA. A postagem mostrava o prefeito numa multidão gerada
artificialmente, e dizia que aquele foi “o dia que tiramos o PT do poder”. O
partido acionou a Justiça Eleitoral. Em Pernambuco, a Justiça Eleitoral
determinou a derrubada de um perfil no Instagram que havia publicado deepfake
com uma notícia falsa sobre o prefeito de Agrestina, Josué Mendes (PSB). O
vídeo usava uma imagem adulterada do editor e apresentador do Jornal Nacional,
da TV Globo, William Bonner.