Divulgação (Foto: STF/Antônio Augusto)
STF agenda data para conciliação sobre marco temporal de terras
indígenas
Além disso, o ministro ainda fixou a quantidade de
representantes que o Congresso e entidades que atuam na proteção dos indígenas
devem ter na comissão
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
agendou para o dia 5 de agosto o início dos trabalhos da comissão de
conciliação que tratará as ações acerca do marco temporal para demarcação de
terras indígenas.
Em abril, Mendes negou o pedido para suspender a decisão do Congresso
que validou o marco temporal e determinou que a questão deve ser discutida
previamente durante audiências de conciliação, que estão previstas para seguir
até 18 de dezembro deste ano.
Além disso, o ministro ainda fixou a quantidade de representantes
que o Congresso e entidades que atuam na proteção dos indígenas devem ter na
comissão. A Articulação dos Povos Indígenas (Apib) terá seis representantes, no
total.
A Câmara dos Deputados e o Senado terão três membros cada um. O
governo federal terá quatro representantes, que deverão ser indicados pela
Advocacia-Geral da União (AGU), pelos ministérios da Justiça e Segurança
Pública e dos Povos Indígenas, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas
(Funai).
Os estados terão dois membros, indicados pelo Fórum de
Governadores e pelo Colégio Nacional de Procuradores de Estado (Conpeg). Já os
municípios deverão indicar um membro, a partir de consenso entre a Confederação
Nacional dos Municípios (CNM) e a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).
Relator das ações protocoladas pelo PL, o PP e o Republicanos,
Mendes prevê manter a validade do projeto de lei que reconheceu o marco e de
processos nos quais entidades que representam os indígenas e partidos
governistas contestam a constitucionalidade da tese.
De acordo com a tese do marco temporal, os indígenas têm
direito somente às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988,
data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial
na época.
Em dezembro de 2023, o Congresso Nacional derrubou o veto
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que validou
o marco. Antes da decisão dos parlamentares, o Supremo decidiu contra o marco.