Divulgação (Foto: Agência Cãmara/Alerj/Redes Sociais)
Com unanimidade, STF torna réus suspeitos de matar Marielle
Franco e Anderson Gomes
Segundo Alexandre de Moraes, a PGR apresentou indícios mínimos
da prática dos crimes e da autoria dos acusados
Os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal (STF)
votaram, por unanimidade, tornar réus os suspeitos de serem os mandantes dos
assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, nesta terça-feira (18).
O relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, sustentou que
a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) atende aos
requisitos e apresenta indícios mínimos da prática dos crimes e da autoria dos
acusados. Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia
acompanharam o voto de Moraes.
A acusação foi apresentada contra Domingos Brazão, conselheiro
do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCRE-RJ); Chiquinho Brazão (sem
partido), deputado federal; Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio
de Janeiro;
Ronald Paulo de Alves Pereira, policial militar apontado como ex-chefe da
milícia de Muzema, na zona Oeste do Rio de Janeiro e Robson Calixto Fonseca,
assessor de Domingos Brazão.
Em discurso, Moraes negou que as afirmações que dizem que
a denúncia teria se baseado apenas na delação do ex-policial militar
Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle e Anderson. Segundo
ele, dados de documentos e testemunhos sustentam as declarações.
“Não se permite a condenação com base só na colaboração
premiada. Mas foi mais além a jurisprudência e a legislação, não permitindo o
recebimento de denúncia só com base em colaboração premiada. A colaboração não
é prova, é meio de obtenção de prova”, destacou.