Divulgação (Foto: reprodução)
STF fixa
prazo de 18 meses para Congresso aprovar lei de proteção ao Pantanal
Votos acontecem em função de adotar medidas sobre a
"degradação" do Pantanal
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 9 a 2, que o
Congresso foi omisso ao deixar de editar uma lei sobre a proteção do bioma
Pantanal. Os ministros fixaram prazo de 18 meses para o Congresso legislar
sobre o tema. Durante esse período, as leis estaduais que regem o tema
continuarão em vigor Passado esse prazo, caberá ao Supremo adotar medidas para
sanar a omissão.
Venceu o voto do relator, o ministro André Mendonça, a favor da
ação proposta pela Procuradoria-Geral da República. Ele entendeu que a
Constituição exige uma lei específica que trate sobre a proteção ao Pantanal e
foi seguido pelos ministros Flávio Dino, Kassio Nunes Marques, Edson Fachin,
Dias Toffoli, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.
Ao votar, Barroso destacou a "crescente degradação ao
Pantanal" e lembrou que, em 2020, incêndios devastaram mais de quatro
milhões de hectares do bioma.
Os ministros Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes divergiram.
Para eles, o Código Florestal e as leis estaduais do Mato Grosso e do Mato
Grosso do Sul já são suficientes.
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), amicus
curie no processo, não há omissão legislativa porque o Brasil já aprovou o
Código Florestal. "Uma eventual decisão do STF no sentido de afastar a
incidência do Código Florestal, reconhecendo uma mora legislativa no tema, seria
dramática a várias cadeias produtivas da agropecuária, o que, de imediato,
levaria à miséria os pequenos produtores rurais que delas participam",
afirmou a CNA em manifestação à Corte.