Divulgação (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Moraes vota a favor para suspender leis em MG e GO que proíbem
uso da linguagem neutra em escolas
Segundo o ministro, a União é a responsável pela legislação de
normas educacionais, sendo assim, as câmaras municipais não deveriam aprovar
leis sobre o tema
O
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou a favor
das decisões liminares provisórias, que suspenderam as leis de Ibirité (MG) e
Águas Lindas de Goiás (GO), que proíbem o uso do ensino da linguagem neutra nas
escolas ou em atividades do poder público.
Moraes decidiu a ação na última semana e enviou para análise dos demais
ministros. O julgamento é feito através de sessão virtual, que começa nesta
sexta-feira (31) e vai até o dia 10 de junho. Dessa maneira, não há debate
entre os envolvidos, já que os votos são apresentados em meio um sistema
eletrônico.
De acordo com o ministro, cabe à União legislar sobre normas da
educação nacional, logo, as câmaras municipais não poderiam ter aprovado
leis sobre o tema. “Os municípios não dispõem de competência legislativa para a
edição de normas que tratem de currículos, conteúdos programáticos,
metodologias de ensino ou modos de exercício da atividade docente”, afirmou.
“A eventual necessidade de suplementação da legislação federal,
com vistas à regulamentação de interesse local, jamais justificaria a edição de
proibição a conteúdo pedagógico”, completou.
A análise do caso surgiu por ações movidas pela Aliança Nacional
LGBTI+ (ALIANÇA) e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas
(ABRAFH). Foram apresentados pelas entidades, um conjunto de 18 processos
contra leis municipais, e uma lei estadual em que torna proibido o uso de
linguagem neutra em seus territórios.
A linguagem neutra é uma forma de uso inclusivo da língua.
Caracteriza-se, por exemplo, pelo uso de “x” ou “@” ao invés das vogais em
palavras que mudam de acordo com o gênero.