Divulgação (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
STF têm 3 votos favoráveis para suspensão da desoneração da
folha
Rodrigo Pacheco informou que o Senado irá recorrer da decisão e
ele ainda deve participar de uma reunião particular com o presidente Lula
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu três votos a favor da
medida do governo de suspender trechos da lei que prorroga a desoneração da
folha de pagamentos até 2027 para 17 setores da economia. Os ministros Gilmar
Mendes e Flávio Dino acompanharam Cristiano Zanin na decisão que agravou a
crise entre o Congresso e o governo federal.
Na quinta-feira (25), Zanin submeteu o caso ao plenário ao
assinar a decisão individual, logo, a maioria do STF decidirá se segue ou não a
decisão do ministro. O julgamento será realizado em plenário virtual e os
magistrados podem publicar seus votos até 6 de maio.
A desoneração é uma política criada no governo Dilma Rousseff
(PT) que gera o alívio de impostos a empresas dos setores que, supostamente,
mais empregam no Brasil. Após aprovação do Congresso Nacional da prorrogação da
benesse até 2027, o Ministério da Fazenda tenta restabelecer a cobrança dos
tributos gradualmente. Além disso, o Parlamento também garantiu a desoneração
para municípios pequenos e médios.
O principal argumento do governo para recorrer ao STF é que o
Legislativo teria aprovado a desoneração “sem a adequada demonstração do
impacto financeiro”. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente do Senado, anunciou
hoje que a Casa vai recorrer da decisão.
Durante coletiva de imprensa, ele disse que a ação é
catastrófica e que o comportamento do governo federal causou
“perplexidade”. “Por que precipitar uma ação dessa natureza [...] sem que se
exaurisse do ponto de vista do diálogo? É realmente estranho de se
compreender”.
O presidente Lula (PT) e Rodrigo Pacheco devem se
encontrar, mesmo após a decisão de Zanin, para uma reunião a sós.