Divulgação (Foto: reprodução)
Casal é condenado por manter doméstica em trabalho análogo à
escravidão na Bahia por 40 anos
Acusados tiveram pena convertida em serviços comunitários e
devem perder casa onde a vítima trabalhava
Um casal condenado pela Justiça Federal na Bahia a quatro anos
de prisão, teve a pena convertida em serviços à comunidade, após a acusação de
que eles mativeram uma mulher em situação de trabalho análogo à escravidão por
aproximadamente 40 anos. A sentença foi divulgada pelo Ministério Público
Federal (MPF) nesta terça-feira (16). O caso ainda cabe recurso.
O caso foi denunciado pelo MPF em 2022 e aponta que a mulher era
mantida como empregada doméstica, e submetida a condições degradantes de
trabalho. Na decisão da Justiça, é apontado que auditores do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) encontraram infrações às leis trabalhistas na
residência do casal. Entre elas estavam a ausência de registro formal de
emprego, não pagamento de salários e benefícios e imposição de jornadas
exaustivas.
"Os relatos da vítima, corroborados por testemunhas,
revelam que a empregada não apenas executava todas as atividades domésticas,
mas também cuidava do neto dos responsáveis, mostrando que ela estava
sobrecarregada com responsabilidades que excediam em muito as expectativas de
um relacionamento familiar saudável", argumentou o MPF. Já a defesa do
casal, aponta que eles a viam como parte da família e inclusive haviam relação
de afeto com a mesma.
Além dos serviços comunitários, os dois receberam multa e também
foram condenados à perda do imóvel no qual a vítima trabalhava. Com isso, a
residência deve ser direcionada a programas de habitação popular após trãnsito
em julgado.