Quarta-feira, 22 de Janeiro de 2025

Justiça

Publicada em 24/01/24 às 12:37h - 7 visualizações
Paulo Gonet planeja recorrer da decisão que suspendeu a multa do grupo J&F
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Divulgação  (Foto: Pedro França/Agência Senado)

Paulo Gonet planeja recorrer da decisão que suspendeu a multa do grupo J&F

Segundo argumentou a empresa ao STF, há uma situação de "inconstitucionalidade estrutural e abusiva" em que se desenvolveram as investigações

 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deve recorrer da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que suspendeu, em dezembro, a multa de R$ 10,3 bilhões do grupo J&F, de um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF). Na mesma decisão, Toffoli autorizou o acesso da companhia às mensagens apreendidas pela operação Spoofing, que expôs mensagens trocadas por autoridades atuantes na operação Lava Jato.

Para Toffoli, há uma "dúvida razoável" se o acordo de leniência da J&F teria sido firmado de forma voluntária pela companhia. Como efeito da decisão, a antiga Odebrecht, atualmente operando como Novonor, entrou com pedido semelhante no STF. A J&F, companhia dos irmãos Wesley e Joesley Batista, que mantém empresas dos setores de agronegócio, geração de energia, mineração, financeiro, entre elas a JBS, acionou o STF no começo de novembro.

Segundo argumentou a empresa ao STF, há uma situação de "inconstitucionalidade estrutural e abusiva" em que se desenvolveram as investigações. O argumento que embasa o pedido é de que tanto a J&F quanto a Odebrecht foram "reféns dos mesmos abusos, praticados pelos mesmos agentes, no mesmo contexto (a operação Lava Jato)".

Por isso, a companhia pede a extensão dos efeitos da decisão de Toffoli. "Tanto Odebrecht quanto J&F foram prejudicadas por um mesmo contexto de ocultação dolosa de informações, ocorridas num cenário de abusos que a ambas afetaram, razão pela qual a decisão dada a uma deve ser extensível à outra", afirmou a J&F, no documento.

A empresa defende que não podem ser usadas contra ela as provas já consideradas ilícitas pelo STF. Também disse que fechou a leniência "num contexto de abusos idêntico àquele que também vitimou a Odebrecht". A advogada Roberta Rangel, mulher do ministro Dias Toffoli, presta assessoria jurídica para a J&F no litígio contra a empresa estrangeira Paper Excellence no processo de compra da Eldorado Brasil Celulose. Esta situação complexa destaca a contínua luta das empresas contra as decisões judiciais e as implicações potencialmente duradouras dessas batalhas legais.




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