Divulgação (Foto: Luís Macedo / Câmara dos Deputados)
PGR é contra ida de Daniel Silveira para
regime semiaberto
Defesa argumenta direito à mudança para o regime semiaberto, mas
a PGR discorda, alegando que o cálculo não se aplica aos crimes cometidos por
Silveira
A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu uma posição
contrária à solicitação de progressão de regime do ex-deputado federal Daniel
Silveira, atualmente detido em regime fechado no presídio de Bangu, no Rio de
Janeiro. Em abril de 2022, Silveira foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) a 8 anos e 9 meses de prisão por tentativa de impedir o livre exercício
dos Poderes e coação no curso do processo.
A defesa argumenta que, considerando o tempo de prisão antes da
condenação, Silveira tem o direito de passar para o regime semiaberto por ter
cumprido 16% da pena. No entanto, o vice-procurador da República, Hindenburgo
Chateaubriand, se opõe à progressão de regime, argumentando que o cálculo feito
pelos advogados não se aplica ao caso, uma vez que os crimes em questão não
envolveram violência contra pessoas ou ameaças graves.
"Este órgão ministerial manifestou-se pelo indeferimento do
pedido, porque o cálculo desenvolvido pela defesa considerou, para fins de
transferência para regime menos rigoroso, o cumprimento de 16% da pena a ser
computado em casos de crime cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça,
não aplicável ao caso concreto".
Após receber o parecer da PGR, o ministro Alexandre de Moraes,
do STF, tomará uma decisão sobre a solicitação de progressão de regime. No ano
passado, o STF anulou um decreto de graça constitucional concedido em 2022 pelo
então presidente Jair Bolsonaro para evitar o cumprimento da pena de Silveira.
A Corte considerou o decreto inconstitucional, alegando desvio de finalidade
por parte de Bolsonaro para beneficiar Silveira.