Divulgação (Foto: reprodução)
Justiça condena Mário Frias por difamar
Marcelo Adnet sobre traição
A briga começou após Adnet publicar um vídeo satirizando um
pronunciamento oficial de Frias
O juiz Fernando Brandini Barbagalo, da 7ª Vara Criminal de
Brasília, condenou o deputado federal Mário Frias por difamar o comediante
Marcelo Adnet em 2020. O Estadão teve acesso à sentença, que definiu uma pena
de quatro meses de detenção, convertida em uma multa de 10 salários-mínimos. A
decisão cabe recurso. A reportagem tentou contato com a defesa de Farias para
pedir um posicionamento, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.
O espaço segue aberto para manifestação.
A briga começou após Adnet publicar um vídeo imitando e
satirizando um pronunciamento oficial de Mario Frias, que era Secretário
Especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, em setembro de 2020. Nos
comentários, o ex-ator acusou Adnet de ser "um Judas que não respeitou nem
a própria esposa, traindo a pobre coitada em público por pura vaidade e falta
de caráter".
Como a traição de Adnet com a ex-mulher, Dani Calabresa, foi
amplamente divulgada na mídia, o juiz entendeu que Frias atribuiu um valor
negativo a um fato público. Por isso, condenou o deputado por difamação.
"Embora o Querelante [Marcelo Adnet] seja ator, comediante
renomado e pessoa pública, a frase não se limitou a apontar a traição à
ex-companheira do Querelante, mas fez juízo de valor também negativo, afirmando
que a situação (da traição) ocorreu por 'pura vaidade e falta de caráter' do
Querelante", explica o juiz na decisão.
Além da difamação, Adnet processou Frias por injúria. Contudo, o
magistrado concedeu perdão judicial ao político pelos termos "bobão",
"fraco", "idiota". Como o juiz considerou o vídeo de Adnet
ofensivo, entendeu que Frias apenas reagiu ao conteúdo. "Não obstante,
entendo que o comportamento do Querelante traz reflexos à punibilidade da
conduta do Querelado [Mario Frias]", diz a decisão.
A equipe jurídica de Adnet afirmou ao Estadão que entrará com
recurso. Em nota enviada à reportagem, os advogados afirmam buscar um aumento
da pena de Farias.
"As sátiras e imitações realizadas por Adnet jamais
possuíram o objetivo de ofender ou ridicularizar Mario Frias, fazendo parte
apenas de seus esquetes, que envolve políticos dos mais diversos espectros
ideológicos, de modo que não há razão para ser aplicado qualquer tipo perdão
judicial às injúrias proferidas por Frias", diz o comunicado (veja na íntegra
abaixo).
Em outubro, no Rio de Janeiro, Mario Frias foi condenado pelo
mesmo caso. Segundo o Blog do Fausto, o juiz Marco Antonio Novaes de Abreu, da
5ª Vara Cível da Barra da Tijuca, definiu uma indenização de R$ 30 mil a Adnet.
Nota da defesa de Adnet
"O Escritório Maíra
Fernandes Advocacia, responsável pela defesa de Marcelo Adnet na queixa-crime
apresentada por ele contra Mário Frias, informa que Frias foi condenado da
acusação de difamação, com a aplicação de uma pena de 4 meses de detenção, convertida
em uma multa de 10 (dez) salários-mínimos. Quanto à acusação de injúria, foi
aplicado perdão judicial.
Os advogados de Adnet
apresentarão recurso de apelação buscando aumentar a pena aplicada e, em
especial, porque as sátiras e imitações realizadas por Adnet jamais possuíram o
objetivo de ofender ou ridicularizar Mario Frias, fazendo parte apenas de seus
esquetes, que envolve políticos dos mais diversos espectros ideológicos, de
modo que não há razão para ser aplicado qualquer tipo perdão judicial às
injúrias proferidas por Frias."