Divulgação (Foto: Reprodução)
Caso Marielle terá "resposta final"
no 1º trimestre deste ano, diz diretor da Polícia Federal
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, projeta
conclusão da apuração sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e
Anderson Gomes até março de 2024
Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal (PF), revelou
a Rádio CBN, nesta terça-feira (9), que a conclusão da investigação sobre o
assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes está prevista para o primeiro
trimestre deste ano
"Esse é um desafio que a PF assumiu no ano passado. Estamos
há menos de um ano à frente dessa investigação, de um crime que aconteceu há
cinco anos, mas com a convicção de que ainda neste primeiro trimestre a Polícia
Federal dará uma resposta final do caso Marielle", afirmou Rodrigues.
O diretor-geral, alinhando-se à recente afirmação do ministro da
Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino,
reiterou o compromisso da PF em esclarecer o caso do assassinato de Marielle
Franco e Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018, no bairro do Estácio, no
Rio de Janeiro.v
"Não tenham dúvida, o caso Marielle será, em breve,
integralmente elucidado", disse Dino em dezembro. O ministro afirmou ainda
que a investigação do caso estava em fase de finalização.
"Até onde esta fase chegará, eu realmente não sei, mas
chegará ao final, qualquer que seja ele", afirmou.
Caso foi enviado ao STJ
O inquérito que apura o assassinato foi enviado ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) em outubro do ano passado após surgirem novas
suspeitas sobre a participação no crime do conselheiro do Tribunal de Contas do
Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão. A informação foi revelada pelo
colunista de O Globo Bernardo Mello Franco e confirmada pelo Estadão.
A investigação tramitava na Justiça do Rio. A mudança de foro se
deu porque Brazão voltou a ser alvo da Justiça depois de ter sido citado no
acordo de delação premiada do ex-policial militar Élcio Queiroz - o primeiro
acusado pelo crime a assumir a coparticipação no assassinato. Élcio Queiroz
está preso.
Caso das joias
Andrei Rodrigues afirmou ainda que espera finalizar a análise
das investigações sobre o recebimento e a destinação de joias e presentes dados
por autoridades estrangeiras ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também no
primeiro trimestre de 2024.
"No caso das joias, estamos cumprindo uma etapa de
colaboração com os Estados Unidos. É preciso lembrar que as joias foram
levadas, vendidas e negociadas nos Estados Unidos. Portanto, há muitos
elementos de prova que estão naquele país. Agora, estamos finalizando questões
administrativas. Deveremos enviar uma equipe nossa para, junto a uma equipe nos
Estados Unidos, finalizar essas coletas e essas informações. Estimar prazo de
conclusão de investigação é sempre temerário, mas quero crer que no primeiro
trimestre deste ano, a gente já tenha a conclusão desta e de outras
investigações", afirmou.
Apuração do Estadão mostrou que o governo de Jair Bolsonaro
tentou trazer ilegalmente para o Brasil um conjunto de colar, anel, relógio e
um par de brincos de diamantes. Os itens eram um presente do regime da Arábia
Saudita para o então presidente e a primeira-dama Michelle Bolsonaro e foram
apreendidas no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O diretor-geral da PF ainda disse que o caso das joias envolve
provas dos Estados Unidos e que o valor das joias, além do preço em si, também
envolve o valor da marca dos bens. Ele afirmou que o custo dos presentes
recebidos pelo ex-presidente pode chegar próximo de R$ 5 a R$ 6 milhões.