Divulgação (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Toffoli mantém controle de ação sobre conversas na Lava Jato
durante plantão da Justiça
Em setembro do ano passado, nessa mesma ação, Toffoli anulou as
provas do acordo de leniência da Odebrecht
Às vésperas do recesso do STF (Supremo Tribunal Federal),
iniciando nesta quarta-feira (20), o ministro Dias Toffoli informou à corte
que, durante o plantão, manteria sob sua responsabilidade o processo sobre as
conversas de procuradores da Lava Jato acessadas por hackers. Essas conversas
foram obtidas pela Operação Spoofing, da Polícia Federal.
Em setembro do ano passado, nessa mesma ação, Toffoli anulou as
provas do acordo de leniência da Odebrecht. Em ações relacionadas à Spoofing
que Dias Toffoli deu duas decisões que repercutiram entre terça (19) e quarta
(20). Na primeira decisão, o ministro determinou a "nulidade
absoluta" de todos os atos praticados contra o ex-governador do Paraná, e
atual deputado federal, Beto Richa (PSDB) no âmbito da Lava Jato ou das
operações Rádio Patrulha, Piloto, Integração e Quadro Negro.
No dia seguinte, nesta quarta, o ministro suspendeu o pagamento
da multa de R$ 10,3 bilhões aplicados contra a J&F no acordo de leniência
do grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Na mesma decisão, Toffoli
autorizou o grupo empresarial a ter acesso à íntegra das mensagens da Spoofing,
que possui conversas entre procuradores da Lava Jato. A ação foi protocolada em
7 de novembro, colocada sob segredo de Justiça, e distribuída a Toffoli por
conexão com o caso da Odebrecht.
A decisão surpreendeu não só por atrelar o caso ao da Spoofing,
mas também porque a mulher de Toffoli, Roberta Rangel, é advogada do grupo dos
irmãos Batista, responsável pela atuação no litígio entre a empresa e a Paper
Excellence pelo controle da Eldorado Celulose.