Divulgação (Foto: Gustavo Moreno-SCO-STF)
"Imperativo da realidade”, afirma Barroso sobre decisões
individuais do STF
Maioria das decisões do STF em 2023 foi monocrática; das 101.970
decisões individuais, 83% (84.650) foram individuais
Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal
Federal), disse nesta terça-feira (19), que as decisões individuais na Corte,
chamadas de monocráticas, são um "imperativo" da realidade e das
circunstâncias do tribunal. Segundo o presidente do Supremo, diante da
quantidade de processos que tramitam no tribunal seria “simplesmente inviável”
que todas as decisões monocráticas fossem enviadas ao plenário.
A maioria das decisões do STF em 2023 foi monocráticas. Das
101.970 decisões individuais, 83% (84.650) foram individuais. “Só poderia ser
diferente se reduzíssemos drasticamente as competências do Supremo”, afirmou
Barroso, ao fazer o balanço das atividades da Corte em sessão de encerramento
do ano judiciário.
Esse tema foi um dos principais pontos da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) aprovada pelo Senado em novembro. O texto, que agora está na
Câmara, restringe as possibilidades de ministros do STF e desembargadores
tomarem decisões individuais e suspenderem a validade de leis e de atos dos
presidentes da República, da Câmara e do Senado.
A proposta gerou um aumento na tensão ente os ministros da Corte
e congressistas, principalmente os de oposição ao governo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). O ministro Gilmar Mendes chamou a PEC de
“ressurreição de cadáver” e seus autores de “pigmeus morais”.