Divulgação (Foto: Reprodução)
Justiça anula condenações de quatro réus do Caso Evandro mais de
30 anos depois
Desembargadores absolveram Beatriz Abagge, Davi dos Santos
Soares, Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula Ferreira, após fitas de áudios
indicarem que eles foram torturados para confessar crime que não cometeram
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu
anular, nesta quinta-feira (9), as quatro condenações ligadas ao
desaparecimento de Evandro Ramos Caetano, de 6 anos, em abril de 1992, no
litoral do Paraná.
A decisão significa que todas as pessoas condenadas no
processo são inocentes. Por 3 votos a 2, os desembargadores absolveram
Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares, Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula
Ferreira – falecido em 2011, na prisão.
Com base em fitas de áudios que vieram à tona em 2021, através
do jornalista, professor e podcaster Ivan Mizanzuk, a maioria dos magistrados
entendeu que os acusados foram torturados por policiais militares para fazerem
uma falsa confissão de que teriam matado o menino.
Evandro sumiu no trajeto entre a casa onde morava e a escola, e
foi encontrado morto com sinais de violência. Sete pessoas foram acusadas pelo
crime e quatro foram condenadas. A acusação sustentava que a criança havia sido
sacrificada em um ritual para "abrir os caminhos" para a política e
os negócios da família Abagge.
A
absolvição ocorreu após um pedido de revisão criminal apresentado pela defesa
dos condenados. Por meio de nota, a defesa dos agora inocentados afirmou que
"hoje, a justiça foi feita" e destacou o trabalho de Ivan Mizanzuk.
Não cabe recurso da decisão, com isso, todos os condenados podem pedir uma
indenização na esfera civil.