
Divulgação (Foto: Agência Brasil)
Tribunal
retoma julgamento de Bolsonaro por abuso de poder nas eleições
Análise do caso começou na semana passada, mas foi interrompida
após a manifestação da defesa e do MPE que defendeu o arquivamento
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira
(17), o julgamento de três ações nas quais o ex-presidente Jair Bolsonaro é
acusado de abuso de poder político durante a campanha eleitoral de 2022.

A análise do caso começou na
semana passada, mas foi interrompida
após a manifestação da defesa de Bolsonaro e do Ministério Público Eleitoral
(MPE), que defendeu o arquivamento das ações contra o ex-presidente.
Em caso de condenação, Bolsonaro pode ficar
inelegível por oito anos pela
segunda vez. Contudo, o prazo de oito anos continua valendo em função da
primeira condenação e não será contado duas vezes.
Em junho, Bolsonaro foi condenado pela corte eleitoral à
inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos
meios de comunicação. Bolsonaro protagonizou uma reunião com embaixadores, em
julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, onde atacou o sistema eletrônico
de votação. O general Braga Netto foi absolvido no julgamento por não ter
participado do encontro, mas também é alvo do novo julgamento.
Processos
No primeiro processo, o PDT alega que Bolsonaro fez uma
transmissão ao vivo pelas redes sociais no dia 21 de setembro de 2022, dentro
da biblioteca do Palácio da Alvorada, para apresentar propostas eleitorais e
pedir votos a candidatos apoiados por ele.
O segundo processo trata de outra transmissão realizada em 18 de
agosto do ano passado. Segundo o PDT, Bolsonaro pediu votos para sua
candidatura e para aliados políticos que também disputavam as eleições,
chegando a mostrar os "santinhos" das campanhas.
Na terceira ação, as coligações do PT e do PSOL questionaram a
realização de uma reunião de Bolsonaro com governadores e cantores sertanejos,
entre os dias 3 e 6 de outubro, para anunciar apoio político para a disputa do
segundo turno.
Defesa
No primeiro dia de julgamento, o advogado Tarcísio Vieira de
Carvalho, representante de Bolsonaro, questionou a legalidade do julgamento
conjunto das três ações e afirmou que a medida prejudica a defesa.
Sobre a realização das lives, o advogado afirmou que não foi
usada a estrutura estatal. Segundo o defensor, as transmissões foram feitas por
meio das redes privadas de Bolsonaro.
"Essa reunião ocorreu na parte externa do palácio. Nas
imagens, não aparece nenhum símbolo da República, não há simbolismo nenhum. Não
aparece bandeira, brasão. Não houve ganhos eleitorais", afirmou.