Divulgação (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Ana Moser
promete lutar por "valorização do esporte" após ser demitida por Lula
Ex-jogadora de vôlei reforçou sua frustração por ter ficado tão
pouco tempo no cargo e disse que continuará lutando pela valorização do esporte
Após lamentar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) em tirá-la do cargo de ministra do Esporte, na quarta-feira (6), Ana Moser
voltou a se manifestar sobre o assunto nesta quinta (7), com uma publicação no
X, rede social antes conhecida como Twitter. No breve texto, a ex-jogadora de
vôlei de 55 anos reforçou sua frustração por ter ficado tão pouco tempo no
cargo e disse que continuará lutando pela valorização do esporte no País.
"Para mim, o potencial social, educacional e comunitário do
esporte ainda está para ser reconhecido e valorizado, especialmente pelos
gestores públicos. Por isso a luta continua. Agradeço aos que estiveram comigo
percorrendo este caminho curto e árduo", escreveu a medalhista olímpica,
que, desde que se aposentou das quadras, se dedica ao ativismo social voltado
ao esporte.
Antes de atuar como ministra, Moser foi líder da ONG Atletas
pelo Brasil, ao lado do ex-jogador de futebol Raí, e teve experiências ligadas
à política, como integrar o Conselho Nacional do Esporte, e dirigir o Centro
Olímpico do Parque do Ibirapuera, parte da estrutura da Secretaria de Esportes
de São Paulo. "Construí minha vida inteira para chegar aqui. Como mulher
lutei para conquistar espaços e no Ministério do Esporte trabalhei para
transformar a realidade do esporte brasileiro. E continuarei lutando",
completou.
A agora ex-ministra perdeu seu cargo por causa de um acordo
costurado por Lula junto ao Centrão. O presidente concretizou uma reforma
ministerial que envolveu a demissão de Moser e a entrega do Esporte para André
Fufuca (PP-MA), em um momento no qual a pasta tem a expectativa de receber uma
grande injeção financeira com o avanço da regulamentação das apostas esportivas
O remanejamento foi lamentado por atletas e ex-atletas, que já
vinham se manifestando antes da oficialização da demissão de Moser para tentar
impedir o movimento, caso de Raí e a lenda do basquete Hortência, que
encabeçaram o movimento "Ana Moser Fica" com uma hashtag nas redes
sociais. Depois o anúncio de que ela estava fora do governo, novas
manifestações foram realizadas.
A
ex-nadadora Joanna Maranhão, presidente do Conselho de Ética do Comitê Olímpico
do Brasil, disse que "não será a eleitora que irá aplaudir os erros do
governo" e defendeu Moser como "a pessoa certa para propor uma
política pública de esporte de Estado, e não de um governo". Já Carol
Solberg, jogadora de vôlei de praia, entende que "o esporte foi mais uma
vez usado como moeda de troca" e afirmou que o argumento da
governabilidade "não pode justificar tudo".