
divulgação (Foto: Reprodução)
'Importância
histórica e civilizatória', diz fundador da LGBTricolor, sobre evento na CBF
Fundador da LGBTricolor, torcida
LGBT do Bahia, Onã Rudá avaliou o Seminário de Combate ao Racismo e à Violência
no Futebol, realizado nesta quarta-feira (24) na Confederação Brasileira de
Futebol (CBF), como um momento de importância "histórica e civilizatória".
Ele foi um dos discursantes do evento.
"Há uma sinalização da CBF efetiva, e há algum tempo tenho trocado
mensagem com Ednaldo, e ele tem reforçado esse compromisso de combater esse
tipo de preconceito no futebol. Há três anos, quando surgimos, mandávamos
e-mail para a CBF e a CBF não respondia. Imagine o presidente da CBF parar para
poder dar atenção ao nosso trabalho", destacou.
Atualmente, segundo Onã, a LGBTricolor é "plenamente integrada"
ao Bahia, e esse movimento tem que ser enxergado por outros clubes para que as
discussões sobre a presença de grupos LGBTQIA+ no futebol seja mais
frequente.
"[A LGBTricolor] Tem um case de sucesso para ser replicado em outros
lugares. Se os clubes fizerem metade do que o Bahia fez do ponto de vista de garantias
extensas de uma torcida, vamos dar passos que não conseguiremos medir. O
futebol atinge uma parcela da sociedade que nenhum movimento chega. Em geral,
os movimentos atuam em um espectro intelectual, acadêmico, isso não atinge a
massa de forma rápida, leva um tempo. Quando temos eixos da sociedade que se
dispõem a trazer para dentro esse debate, isso não é benevolência, bondade, não
só um exercício de consciência, é um exercício de construção de sociedade. As
grandes corporações do mundo estão tratando dessas temáticas de forma
aprofundada, com o intuito de inverter sua lógica interna",
ponderou.
O fundador da torcida afirmou ainda que tem visto evolução dentro do
estádio, e que as próprias organizadas do Bahia enxergam a LGBTricolor com
respeito.
"Temos, no Bahia, mais de 3 anos, que não detectamos um grito
sistemático da torcida LGBTfóbico durante um jogo. Tivemos episódios. Na cena
do jogo, é um debate que o futebol sozinho não vai dar conta. Individualmente,
nós da torcida não recebemos mais nenhum tipo de assédio. Não acontece mais.
Aconteceu quando eu comecei a caminhar, ouvia uma pessoa ou outra. O que
acontece hoje em dia, torcedores xingam individualmente atletas, o
árbitro", avaliou.