divulgação (Foto: Reprodução / SporTV)
Caso Celsinho:
STJD marca data para recurso do Brusque após injúria racial de dirigente
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou para o dia 18 de
novembro o julgamento do recurso do Brusque no caso de racismo por parte de um
dirigente do clube contra o jogador Celsinho, do Londrina (lembre aqui).
No dia 24 de outubro, o Quadricolor foi punido com a perda de três
pontos no Campeonato Brasileiro da Série B e multa de R$ 60 mil por causa do
ato de Júlio Antônio Peterman, presidente do Conselho Deliberativo. Este,
inclusive, foi suspenso por 360 dias e condenado a pagar R$ 30 mil de
multa.
A defesa do Brusque pediu suspensão das penas até que houvesse o
julgamento do recurso, medida concedida pelo relator do processo, Maurício
Neves Fonseca. A perda de pontos, contudo, foi mantida.
O Brusque ocupa a 16ª colocação da Série B, com 38 ppontos, um a mais do
que o Vitória, 18º. Sendo assim, o julgamento do dia 18 interfere diretamente
na briga contra o rebaixamento.
O STJD enquadrou o caso no artigo 243-G, que prevê punição para quem
"praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a
preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência".
A injúria racial ocorreu no dia 28 de agosto, durante partida entre
Brusque e Londrina, pela 21ª rodada da Série B. Nos minutos finais do primeiro
tempo, o árbitro da partida relatou ter ouvido as seguintes palavras
direcionadas a Celsinho: "vai cortar esse cabelo seu cachopa de abelha”. O
infrator foi identificado como presidente do Conselho Deliberativo do clube.
"É pesado e constrangedor eu ter que dar satisfação ao meu filho
mais velho, de 14 anos, que entende mais, que as pessoas ainda usam esse tipo
de crime. O maior peso, onde realmente me machucou emocionalmente, foi pelo
lado familiar, ver minha esposa chorando, meu filho chorando, meu filho mais
novo sem entender e eu tendo que explicar que ele não tem que aceitar isso. É
por isso que eu vou até o final nesses casos, justamente por isso, por mexer
com meu lado familiar. Em nenhum momento eu vou ao estádio pedir que as pessoas
me insultem. O tom que ele usou foi de raiva, mas o que me incomodou mais foi
que ele se sentiu muito confortável em falar isso, como se de fato ele tivesse
atingido o que queria, como se fosse algo prazeroso e conseguiu, porque eu
fiquei fora de mim", afirmou Celsinho, em seu depoimento.