divulgação (Foto: Freepik)
Pugilista baiana convocada para Campeonato Brasileiro luta por
patrocínio para competir
Sem apoio, Esther Louback afirma que "só dão visibilidade para
esporte quando tem algum medalhista olímpico"
A atleta baiana Esther Louback, de 21 anos, natural de Salvador, foi
convocada para disputar o Campeonato Brasileiro de Boxe, que acontecerá em
Cuiabá, no Mato Grosso, entre os dias 4 e 12 de dezembro deste ano. Apesar da
sua conquista, ela conta que recebeu apoio insuficiente por parte do poder
público para garantir a sua ida ao torneio e nenhuma empresa se manifestou
para patrociná-la.
“A gente faz a seletiva antes, disputa com outros atletas. Concorre à
vaga e, depois, já perto do campeonato, sai a lista dos convocados. Fui
selecionada, mas não tenho apoio”, relatou Esther.
A jovem revelou que a falta de suporte não é novidade. “Muitas vezes o
meu treinador, Elber Passos, teve que pagar do próprio bolso
para eu conseguir disputar campeonatos”, disse. “Tem lugar que tem que ir de
avião e as passagens estão muito caras. A competição geralmente oferece a
hospedagem, mas em questão de ida e volta não tem nenhuma ajuda. O governo da
Bahia geralmente consegue um ônibus para ir, mas o problema é que a
gente fica três dias na estrada, sem dinheiro para alimentação, só com as
passagens e nada mais”, mencionou.
A baiana acredita que o desprezo aos atletas no estado não só dificulta
a sua ida aos torneios como é um obstáculo para que os baianos tenham as suas
habilidades desenvolvidas de maneira ideal. “Eu acho que eles só dão
visibilidade para o esporte quando tem algum medalhista olímpico, porque até
com os medalhistas do mundial não têm visibilidade. Eles prometem a Arena de
Luta desde quando Robson [Conceição] foi campeão, há mais de 4 anos [2016]. Só
foi para frente agora porque Hebert [Conceição] foi campeão. Conheço ele, e
assim como a gente, ele também praticamente não tinha apoio, só mais dos
treinadores”, finalizou.
O Centro Pan-Americano de Judô (CPJ), em Lauro de Freitas, custou mais de R$ 40
milhões e está abandonado. Mais de R$ 3 milhões serão gastos para colocá-lo
novamente em funcionamento. A matéria de capa da edição de 30 de setembro de
2021 do Jornal da Metropole denunciou a falta de apoio
do poder público aos esportes olímpicos.
Para tentar custear a sua ida à cidade cuiabana para competir com
atletas de todo o país e tentar uma medalha, Esther está tentando arrecadar o
dinheiro através de doações. “É tão individual, que para você ver, a gente
precisa pedir PIX para tentar conseguir pelo menos o suficiente para se manter
na estrada”, lamentou. A chave PIX que ela disponibiliza para a realização da
transferência é o número 71988209766.