divulgação (Foto: Reprodução / CBF TV)
Filho de Tite curte
postagens de Maurício Souza e causa incômodo na CBF
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Tite repudiaram nesta
sexta-feira (29) o comportamento de Matheus Bachi, 32, auxiliar da seleção
brasileira e filho do técnico, nas redes sociais.
O profissional curtiu no Instagram uma série de postagens com conteúdos
contra os movimentos feminista e LGBTQIA+, além de críticas à imprensa
profissional. O filho do treinador, inclusive, interagiu com postagens de
Maurício Souza, jogador de vôlei que teve o seu contrato com o Minas Tênis Clube rescindido por
publicar posts homofóbicos –até às 13h15 desta sexta, o atleta tem 1,3 milhão
de seguidores. Antes da polêmica ganhar o noticiário, o central tinha pouco
mais de 500 mil contas adeptas.
Outra postagem curtida por Matheus Bachi é a da notícia da absolvição de
um homem acusado de estuprar a influencer Mariana Ferrer, em Santa Catarina. A
legenda da imagem traz a seguinte frase: "Ela recorreu e tomou pau de
novo". Outros posts curtidos pelo auxiliar trazem conteúdos contra o
isolamento social, apoio às armas e que defendem o fechamento do STF (Supremo
Tribunal Federal), que é inconstitucional.
Ao jornal O Globo, a CBF afirmou que "tomou conhecimento dos fatos
e conversou diretamente com o funcionário citado, que reconheceu seu erro ao
curtir o post, pois não compartilha de tal opinião".
" A Confederação reforça seu compromisso com um futebol livre de
qualquer preconceito ou discriminação", afirmou em outro trecho do
comunicado.
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entenda
Procurada pela reportagem, a entidade não respondeu os questionamentos
até a publicação deste texto.
Nesta sexta, durante a convocação da seleção brasileira para os duelos contra Colômbia e
Argentina, nos dias 11 e 16 de novembro, pelas Eliminatórias da
Copa do Mundo de 2022, Tite foi questionado sobre o comportamento do filho .
Ele manifestou apoio ao posicionamento da CBF.
"Todo preconceito não deve existir. Estamos em processo de
igualdade, cor, raça, sexo. Quem pode olhar na sequência o que foi manifestado
pela entidade pode ter um complemento em cima da pergunta", disse o
treinador.
Juninho Paulista, coordenador de seleções, também se manifestou sobre o
tema e reforçou o comunicado da entidade. "A CBF soltou ontem um
comunicado e isso retrata bem aquilo que a gente pensa. Diz assim: 'todos
iguais'. E realmente é aquilo que a gente pensa. A CBF faz campanha já há mais
de uma década em relação a isso, defende o esporte solidário, então, cores,
origens, crenças, gêneros, ou condições físicas... isso não tem que existir. É
da maneira que a gente pensa", afirmou.
Vale lembrar que um dos motivos que levaram à demissão de Maurício Souza
do Minas Tênis Clube foi a pressão de patrocinadores, entre eles a Fiat, que
também patrocina a seleção. Em nota sobre o caso do jogador de vôlei, a
montadora repudiou "toda e qualquer expressão de cunho homofóbico,
considerando inaceitáveis as manifestações movidas por preconceito".