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Globo perde exclusividade de direitos digitais para transmissão da Copa
de 2022
A Rede Globo perdeu a exclusividade nos direitos de transmissão pela
internet do torneio no Qatar, que será realizado de 21 de novembro a 18 de dezembro do ano que vem. A emissora
tinha ido à Justiça contra a Fifa pedindo e redução do valor das parcelas de
seu acordo.
A entidade que controla o futebol mundial tem oferecido pacotes de jogos
da competição por streaming diretamente às plataformas digitais no Brasil.
Youtube, Facebook e TikTok, por exemplo, já foram procurados e estudam a
viabilidade do negócio.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a Globo continuará exibindo as
partidas do Mundial na televisão aberta e no seu canal esportivo por
assinatura, o Sportv, mas não terá exclusividade nas plataformas digitais.
Esta é a primeira vez que a Fifa assume a negociação dos direitos da
Copa do Mundo com redes sociais.
Ainda de acordo com a Folha, a federação que rege o futebol mundial
contratou a agência LiveMode, sediada no Rio de Janeiro, para assessorá-la na
comercialização do produto. A empresa, fundada pelos empresários Edgar Diniz e
Sergio Lopes (ex-donos do canal Esporte Interativo), já é parceira da Fifa na
comercialização de cotas de patrocínios na América do Sul para a Copa do Mundo
no Qatar.
O pacote, avaliado em US$ 8 milhões (R$ 43 milhões no câmbio atual),
permite ao patrocinador explorar publicidade nos estádios durante os 64
confrontos do Mundial, realizar ativações digitais e usufruir das áreas de
hospitalidade com seus convidados.
A emissora carioca pagava R$ 225 milhões em troca de explorar o Estadual
de São Paulo em todas as suas mídias. Além de reduzir gastos, o conglomerado
ficou ainda mais desinteressado pelo torneio após a FPF ter negociado com o
YouTube e cedido a exibição de 16 jogos da edição de 2022. A plataforma online
também poderá explorar conteúdo de partidas, como melhores momentos.
A reportagem da Folha diz que a juíza Maria Cristina de Lima Brito, da
6ª Vara Empresarial de Justiça do Rio de Janeiro, concedeu a liminar favorável
à emissora em junho do ano passado, determinando a suspensão do pagamento até o
contrato ser apreciado e julgado na Suíça, onde funciona a sede da Fifa e o
vínculo fora assinado.
O dinheiro deveria ter sido transferido até 30 de junho de 2020,
referente a parcela anual prevista no contrato de direitos de transmissão,
válido de 2015 a 2022.
Na tentativa de reduzir os valores do acordo, a Globo justificou o seu
apelo em razão da pandemia, que impactou de forma negativa a economia e
comprometeu o calendário esportivo internacional.
Tanto a emissora como a Fifa chegaram a um acerto comercial no começo
deste ano, o que evitou o desenrolar de um imbróglio jurídico. A empresa
brasileira, porém, teve de ceder a vontades da entidade e transmitir, em TV
aberta, as Copas do Mundo de futebol de areia e futsal. O contrato com a Fifa
inclui as edições de 2018 e 2022 da Copa do Mundo, os Mundiais femininos e das
categorias de base (sub-17 e sub-20), assim como os dois torneios já citados.
A Globo chegou a enviar uma à Conmebol pedindo a rescisão do contrato,
em agosto de 2020, após registrar perdas de receitas em decorrência da crise do
coronavírus. A Globo e SporTV depositavam, anualmente, US$ 65 milhões (R$ 354
milhões, no câmbio atual), para transmitir a Libertadores até 2022.
"A Globo detém os direitos de transmissão de todos os jogos da Copa
do Mundo Fifa Qatar 2022 em seus próprios canais e serviços digitais. A Fifa
está no momento estudando a oportunidade de explorar ainda mais os jogos ao
vivo em plataformas digitais no Brasil", disse a Fifa por meio de nota
enviada à Folha.