divulgação (Foto: Pixabay)
Canabidiol pode
tratar câncer cerebral de alta incidência, sugere estudo
Um dos
componentes da cânabis, o canabidiol (CBD), ao ser inalado, pode ser eficaz no
tratamento contra o glioblastoma, câncer cerebral bastante comum, sugere estudo
americano.
A pesquisa, feita em animais, averiguou que o CBD diminuiu o crescimento do
tumor e também alterou a dinâmica do microambiente tumoral, ajudando no combate
da doença.
Realizada
por pesquisadores da Augusta University, nos Estados Unidos, a investigação
consistiu no uso de células modificadas do glioblastoma em camundongos. A
partir daí, houve a aplicação do CBD inalado nos animais durante sete dias. A
pesquisa também contou com um grupo placebo para comparar os resultados.
"Vimos
uma redução significativa no tamanho do tumor, e seu microambiente era
diferente", disse Babak Baban, imunologista e reitor associado de pesquisa
do Dental College of Georgia da Augusta University, ao serviço de comunicação
da universidade.
O
microambiente tumoral é composto pelas células cancerígenas, mas também por
vasos sanguíneos e células imunes. Alterar esse ambiente é de suma importância
no combate a qualquer câncer porque ele está associado ao crescimento do tumor.
No
caso do estudo, constatou-se que o CBD conseguiu reprimir a proteína
P-selectina, que, em casos dessa doença, ajuda no espalhamento do tumor e
também na resistência dele ao tratamento.
Outra
molécula sobre a qual o canabidiol agiu foi a apelina, uma enzima que pode
estar associada ao desenvolvimento do tumor no seu estágio inicial. Ela também
atua no crescimento crítico dos vasos sanguíneos tumorais e, por isso, a
inibição dela pode ser um dos pontos importantes para o tratamento do câncer.
A
capacidade do canabidiol de regular inflamações, algo já percebido em outros
estudos médicos, também foi averiguada durante a pesquisa, ratificando as
hipóteses do impacto que a substância tem no glioblastoma.
Mesmo
com esses resultados iniciais, os pesquisadores ainda precisam observar por
quanto tempo duram os benefícios do CBD. Eles também relatam que devem estudar
com mais detalhes os efeitos que a substância gera nas células-tronco
cancerígenas.
As
expectativas, no entanto, são positivas. O canabidiol inalado é fácil de ser
utilizado, sendo parecido com as bombinhas de asma, o que facilitaria o acesso
ao tratamento caso ele se prove útil e seguro em humanos.
Além
disso, em um estudo anterior, os pesquisadores observaram que o CBD colaborou
na diminuição do surgimento do glioblastoma, mostrando que a substância pode
ser aplicada até mesmo no controle de incidência do tumor.