divulgação (Foto: Carol Garcia/GOVBA)
Indústria baiana cresce de setembro para outubro, mas acumula queda de
10,3% em relação a 2020
Foi o segundo avanço seguido nesse confronto, mas a produção está 18,8%
abaixo do período pré-pandemia
Em outubro, a produção industrial da Bahia seguiu em alta (2,7%) frente
ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal. Foi o segundo avanço seguido
nesse confronto (havia crescido 2,9% na passagem de agosto para setembro) e um
resultado bem superior ao do país como um todo (-0,6%).
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE.
Nessa comparação, os resultados da indústria foram positivos em 10 dos
15 locais pesquisados, com destaque para a região Nordeste como um todo (5,1%),
Mato Grosso (4,8%) e Ceará (4,1%). A Bahia veio logo em seguida, com o 4o
melhor desempenho. No outro extremo, as maiores quedas ocorreram em Santa
Catarina (-4,7%), Pará (-4,2%) e Minas Gerais (-3,9%).
Apesar do crescimento na passagem de setembro para outubro, o setor
fabril da Bahia seguiu com produção muito aquém da verificada antes do início
da pandemia da COVID-19, operando num patamar 18,8% abaixo de fevereiro de 2020.
O resultado do setor, no estado, também seguiu negativo em relação a
outubro de 2020, com queda de 10,3%. Foi a décima retração seguida da produção
industrial baiana nessa comparação interanual e o 5o pior desempenho dentre os
15 locais pesquisados.
No Brasil como um todo, a produção industrial também caiu (-7,8%) frente
a outubro do ano passado, com recuos em 13 dos 15 locais.
A Bahia segue com os piores índices do Brasil no acumulado no ano de
2021, frente ao mesmo período de 2020 (-13,1%), e nos 12 meses encerrados em
outubro (-10,8%). Em ambos os indicadores, os resultados estão bem abaixo dos
apresentados pela indústria nacional (5,7% nos dois casos).
Quedas - Em outubro, produção cai em 7 das 11 atividades industriais
baianas, puxada por veículos (-96,5%) e metalurgia (-32,5%), reflexo do
encerramento das atividades da Ford em Camaçari.
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com outubro de
2020 (-10,3%) se deu exclusivamente pela décima queda seguida na indústria de
transformação (-11,5%). A indústria extrativa voltou a crescer (14,9%), após
ter apresentado retração em setembro (-6,7%).
Na indústria de transformação, houve retrações em 7 das 11 atividades
investigadas separadamente no estado, com destaques para a fabricação de
veículos automotores, reboques e carrocerias (-96,5%) e metalurgia (-32,5%). As
duas atividades tiveram as quedas mais profundas e também exerceram as duas
principais influências no resultado negativo em geral.
A fabricação de veículos apresentou sua quinta queda consecutiva e
mantém o pior desempenho no acumulado em 2021, no estado (-94,6%). Já a
metalurgia teve a segunda retração seguida e também mostra resultado negativo
no ano (-10,8%).
Entre as quatro atividades industriais com aumento de produção em
outubro deste ano e outubro do ano passado na Bahia, os principais destaques em
contribuição para segurar a queda geral da indústria no mês vieram,
respectivamente, da fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de
biocombustíveis (com alta de 8,8%) e da fabricação de celulose, papel e
produtos de papel (5,7%).
O segmento de derivados de petróleo é o de maior peso na estrutura
industrial da Bahia e apresentou, em outubro, seu segundo resultado positivo
consecutivo, após ter recuado seguidamente desde dezembro de 2020. Já o
segmento de celulose e papel vem apresentando resultados positivos seguidos
desde julho.
Em termos de magnitude de taxa, o maior crescimento em outubro veio mais
uma vez do segmento de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro,
artigos para viagem e calçados (9,6%), que tem também o melhor resultado no
acumulado no ano de 2021 (38,4%).